𝟎𝟐.

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──⠀⠀⋆⠀🌅  São Paulo, capital

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──⠀⠀⋆⠀🌅  São Paulo, capital.
YNAÊ CLARICE.  03 semanas depois.




Não, não tá nada bom, tá? Eu não tô boa, meu dia não tá bom, essa semana não tá boa e arrisco dizer que talvez, talvez não, com certeza, meu mês também não vai ser um dos melhores. Cadê o mercúrio retrógrado pra eu poder culpar?

É seminários importantes na faculdade, correria dentro do trabalho, noite sem dormir direito pra poder entregar as mídias acumuladas ─ não me pergunte como acumulei, é um mistério até pra mim. ─ poucas horas de sono, um desconforto abdominal fodido e a vida que toda anêmica por natureza tem, tonturas, enjoos e fastio.

Tá conseguindo ver meu olho tremendo? Mesmo assim, ainda não consigo parar pra respirar, não penso na possibilidade de folga, de faltar algumas aulas ou descansar, não quero dar esse descanso pro meu cérebro quando sei que se estou igual uma doida é porque quero fazer de tudo, menos parar e encarar o que me assombra durante tudo isso.

Ele voltou com ela, claro que voltou. Voltou depois de ter me pegado, coincidência, não?

Seja o que for, tenho evitado o Gustavo, não como gostaria, mas me limito a apenas falar o essencial e com isso quero dizer quase nada, ficar atrás das câmeras nos vídeos tem o seu benefício.

Eu sei que fiz merda e que deveria ter pensado mais de dez vezes, no mínimo, naquela noite, deveria ter colocado os pés dele no chão e parado enquanto ainda mandava no meu próprio corpo, mas não fiz e por quê? Porque sou uma mulher impulsiva que acha que o amanhã não tem consequências.

Só que, porra, ele disse pra mim! Disse que o amanhã quem resolve é a gente… senhor, por queeee ainda acredito nas palavras que sai da boca de um homem?

── Qual foi, Clarice, tá viajando na batatinha mesmo em. ── Me assustei com a voz de Gabriel menino bem do meu lado esquerdo, o que resultou em um quase tapa no braço dele.

Eu realmente viajei legal, em vários sentidos possíveis.

── Vai treinar e me deixa aqui em paz, tô querendo uns minutos de calmaria antes de ir pra debaixo do sol gravar vocês. ── Revirei os olhos e me preparei pra beber um pouquinho só do café na xícara, mas não dá, quando o cheiro bate no meu nariz, sinto como se estivesse me cortando por dentro.

Tô malzona de verdade.

Dispenso o gole no café e afasto a xícara pra o outro lado do banco.

── Que bicho te mordeu em? Essas semanas eu mal tô te reconhecendo, nem ler pelos cantos te vejo lendo. ── Gabriel se sentou do meu lado, me permito respirar, porque nessa rotina infernal nem tenho me dado esse direito.

── Ah, sei lá! Tem sempre uma parte do semestre da faculdade que acaba mexendo demais com minha rotina, você não tem noção, Menino. Três, três seminário pra apresentar, quando chego em casa uso dois notebook, um aqui do CT pra editar os vídeos e o outro pra finalizar essa minha parte do seminário, de alguma forma deixei uns vídeos acumular e tô batalhando com isso também. Aí eu só queria uma praia, mas não qualquer praia, eu queria tá em Boa Viagem no meu Recifeee. ── Faço meu drama encostando minha cabeça no ombro de Gabriel enquanto sacudo os pés pra lá e pra cá como uma criança birrenta. É verdade, a vida aqui em São Paulo não dá não, vou voltar pra Recife e ser feliz por lá.

𝐌𝐀𝐊𝐓𝐔𝐁 ─ 𝐩𝐢𝐪𝐮𝐞𝐫𝐞𝐳.Onde histórias criam vida. Descubra agora