Capítulo 11

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"Eles estão demorando muito." Hildy resmungou enquanto observava ansiosa da varanda do castelo. Seus olhos alternavam entre o relógio na parede e o irmão, que parecia estar despreocupadamente afundado no sofá.

"Relaxe, eles vão voltar logo," Hiram respondeu, sua voz descomplicada, como se a espera não o incomodasse.

Hildy lançou um olhar penetrante para ele, visivelmente irritada. "Por que você teve que abrir essa sua boca, Bafo de Dragão?" 

"Eu só repeti o que você mesma me contou, Hildy", Hiram rebateu, apontando o dedo para ela como se acusasse. "Não posso ser culpado se você e mamãe não sabem inventar uma boa mentira." O jovem se recostou ainda mais no sofá, colocando os pés na mesa de centro com desdém.

"Espero que nada dê errado," Hildy murmurou para si mesma, mas Hiram captou a preocupação em sua voz.

"Por que algo daria errado, Hildy?" Hiram questionou, agora com os braços cruzados e uma expressão intrigada. No entanto, Hildy desviou o olhar, tentando concentrar-se na rua para evitar responder.

"Vamos lá, Hildy, onde mamãe realmente foi?" Hiram continuou a persistir, sua voz carregada de dúvida e desafio. Quando ela não respondeu, ele se levantou e foi até a varanda, enfrentando a irmã com um olhar atento. "Hildegard, para onde a mamãe foi?"

Hildy mordeu o lábio, lutando internamente com a decisão de contar ou não ao irmão. Finalmente, ela suspirou, derrotada, antes de ceder. "Ela... ela foi ao covil de Chernobog," disse ela, sua voz mais baixa e carregada de apreensão.

"O quê! E por que diabos ela foi lá?" Hiram retrucou, sua voz se elevando com raiva contida.

"Não sei, Hiram." Hildy deu de ombros, afastando-se dele com um toque de irritação. Ela se acomodou na poltrona, cruzando as pernas e os braços enquanto evitava encarar o irmão. "Mamãe não me conta tudo." Sua voz soava mal-humorada, seu lábio inferior levemente protuberante.

"Você está escondendo alguma coisa!" Hiram insistiu, seu olhar penetrante fixo nela.

"Não estou!" Hildy respondeu com os dentes cerrados, embora ambos soubessem que ela não estava sendo completamente honesta. Ela conhecia o verdadeiro motivo pelo qual sua mãe tinha ido ao covil de Chernobog, mas não iria revelá-lo a Hiram.

"Se é assim..." Hiram murmurou, saindo em direção à porta com passos determinados.

"Espere! Para onde você acha que vai?" Hildy se levantou abruptamente.

"Acha que vou deixar nosso pai enfrentar aquele demônio sozinho?" Hiram respondeu, os punhos cerrados, seu tom firme transparecendo sua determinação.

"Não seja ridículo, Hiram." Hildy revirou os olhos para o irmão, tentando manter a compostura. "Chernobog não fará nada com papai, ele não é tolo o suficiente para desafiar mamãe dessa forma. Ela está no comando da ilha, e ele não ousaria se opor a ela."

Porém, no fundo, Hildy sabia que Hades era vulnerável naquela ilha amaldiçoada. Mesmo sendo um deus, sua força estava diminuída ali, e a perspectiva de Chernobog agir contra ele a preocupava. Ela engoliu em seco, tentando disfarçar seus próprios receios.

"Ah, que seja! Eu vou com você", ela finalmente cedeu, reconhecendo a seriedade da situação. Por mais que confiasse na mãe, uma centelha de preocupação pelo pai ainda queimava em seu peito. "Vamos logo."

E assim, os dois irmãos partiram pelos becos escuros da Ilha dos Perdidos em busca de seus pais. Enquanto exploravam os labirintos de ruas abandonadas, do outro lado da ilha, em um beco estreito e escuro onde a única presença viva eram duas figuras entrelaçadas, Hades e Malévola se encontravam nos braços um do outro. Seus lábios estavam unidos em um beijo intenso, alheios ao tempo e espaço ao seu redor.

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⏰ Última atualização: May 10 ⏰

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