Descendentes - Redenção

Capítulo 7

Ilha dos Perdidos - 16 anos atrás.

O ar na câmara do Castelo da Barganha na Ilha dos Perdidos estava tenso, à medida que Malévola, a poderosa Fada Má, enfrentava um dos momentos mais humanos e delicados da vida - o parto. Ela estava deitada em uma cama simples, sujeita às leis naturais da Ilha, sem o respaldo da magia. A lua cheia iluminava a sala, onde Madame Min, uma das poucas pessoas na Ilha com alguma experiência em partos, auxiliava Malévola com o desafio que viria.

Hades, nervoso e ansioso, estava ao lado de Malévola, segurando sua mão enquanto ela enfrentava as dores do parto. A Fada Má apertava os lençóis da cama, sua respiração ofegante ecoava na sala, e ela mantinha os olhos fixos em Madame Min, que se preparava para trazer ao mundo a primeira das crianças.

Hiram veio ao mundo com um choro vigoroso, enchendo a sala com vida. Hades, emocionado, segurava o recém-nascido com cuidado. Malévola, apesar do alívio inicial, ainda enfrentava as dores do parto, agora ansiosa pela chegada do segundo bebê.

Madame Min rapidamente se voltou para a segunda criança, Mal. No entanto, a sala ficou silenciosa quando Malévola observou, com crescente angústia, a pequena bebê não se mexer nem emitir o choro reconfortante que Hiram proporcionou. Um peso de preocupação se instalou no coração da Fada Má, e pela primeira vez em séculos, ela se permitiu ser fraca.

As lágrimas se acumularam nos olhos de Malévola enquanto a incerteza se apossava dela. Madame Min, experiente e calma, realizava procedimentos de emergência, e Hades segurava Hiram com ainda mais força, temendo o pior para a recém-nascida.

Minutos pareceram horas até que, finalmente, um suspiro fraco escapou dos lábios roxos de Mal, seguido por um choro suave. O alívio varreu a sala, e Malévola deixou escapar lágrimas de alegria. Hades, com um misto de emoções, olhou para sua filha recém-nascida com um amor que ele nunca imaginara que sentiria.

E 20 minutos após o nascimento de Mal, a chegada de Hildegard anunciou-se com um grito angustiante vindo de Malévola. Cada respiração era um esforço monumental para ela. E a Amante do Mal, sentiu-se quase à beira da morte.

Madame Min, apesar de sua experiência, estava lutando para manter a calma enquanto fazia o possível para auxiliar a Fada Má. "Você é mais forte do que pensa, Malévola. Vamos lá, você consegue!" 

Malévola, ofegante e exausta, olhava para o teto com olhos marejados. A dor era avassaladora. Mas Hildegard veio ao mundo com um grito agudo, e Malévola, mais cansada do que nunca, sentiu-se, mais uma vez, aliviada. 

Ainda envoltos na emoção do nascimento dos trigêmeos, Hades e Malévola permaneceram na sala, observando cada um dos recém-nascidos com admiração. Hiram e Hildegard repousavam nos braços de Hades agora, enquanto Mal, reconfortada nos braços de Malévola, encarava a mãe com curiosidade.

Malévola, com um brilho de orgulho nos olhos, falou sobre as características físicas dos bebês, destacando como Hiram e Hildegard se assemelhavam a Hades com olhos azuis e cabelos escuros. "Eles tem a beleza e a intensidade do pai", comentou ela, sorrindo travessamente para o Deus ao seu lado. 

Ao que Hades assentiu e respondeu: "E Mal é praticamente uma mini cópia sua, Malévola. Ela tem os seus lindos olhos verdes que lembram pequenas esmeraldas e os cabelos loiros como o sol do amanhecer."

A Fada Má encarou o Deus com uma sobrancelha arqueada e um sorriso travesso. "Uau, que poético."

"Bem, eu tento." Hades deu de ombros, retribuindo o sorriso.

Enquanto continuavam a admirar os filhos, a conversa entre Hades e Malévola tomou um rumo mais descontraído, discutindo os planos para o futuro. Malévola, cheia de entusiasmo, compartilhou suas ambições para as crianças. "Eles serão os vilões mais temidos da Ilha e de Auradon, assim como nós, Hades." Seus olhos brilhavam com a certeza de que os filhos seguiriam seus passos e perpetuariam a reputação de vilania da família. "Mal posso esperar para ensinar a eles o verdadeiro significado do mal."