10°CAPÍTULO

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- Não acho que deveria acontecer agora, afinal, seria uma pausa na sua carreira !

Me sinto um idiota completo por estar escondendo os reais motivos que me fizeram apostar nesse casamento.

- Poderia ter arranjado um jeito mais claro de dizer que você não quer ser pai novamente ...

- Você sabe que não foi isso que eu quis dizer, não sabe ?!

- Sinceramente, eu não acredito que você se importe muito com a minha carreira profissional.

- Outro equívoco, porque eu mais do que ninguém quero te ver realizada !

- Tudo bem, vamos mudar de assunto.

Percebo que lhe decepcionei, pois, isso é evidente na ruga que se forma em sua testa.

- Eu acho que você tem que se dedicar mais aos seus projetos profissionais e não pensar nisso por enquanto !

- Estou pensando em muitas coisas que não me agradam, e uma delas é essa sua mudança repentina de comportamento.

- Farei todo o possível para te agradar, eu prometo.

- É melhor você não fazer mais nada nos próximos dias, Jorge !

Vejo seu corpo esguio deixando a mesa.

- Luíza, você me entendeu mal ...

Tento em vão chamar sua atenção e quase viro a mesa de raiva de mim mesmo por estar cheio de complexos.

*DOIS DIAS DEPOIS*

- Pai, o clima dessa casa tá horrível e a culpa é toda sua !

- Estou tentando me desculpar com a Luíza, mas ela não me dá chance.

- Mau sinal, ela vai acabar caindo nas graças do Maurício e aí ...

- E aí que vou acabar estrangulando o Maurício com as minhas próprias mãos se ele encostar um dedo nela.

- Ela pegou dois plantões em seguida para não ficar aqui olhando pro senhor, e eu que pensava que o romance não ia terminar nem tão cedo !

- Rafael, ela chegou a comentar alguma coisa com você ?!

- Que não queria ficar disputando a sua atenção com a sua fortuna.

- E você sabe se ela volta pra casa hoje ?!

- Se eu fosse você já teria feito alguma coisa, antes que não tenha mais jeito.

*HOSPITAL*

Chego na recepção perguntando por ela e me informam que poderei encontrá-la na cantina.

Me apresso dobrando corredores finalmente despontando na cantina onde a reconheço conversando com um colega de trabalho. É a primeira vez que sinto minhas pernas fraquejarem. Então, me aproximo:

- Boa noite, será que posso falar um instante com você ?!

- Acho que você poderia ter esperado que eu voltasse para casa ...

- É urgente, Luíza.

- Luíza, eu tenho que fazer a ronda de costume nos meus pacientes internados, depois nos falamos.

- Esse é o Leandro, Jorge !

Ela nos apresenta e eu o cumprimento com um aperto de mão sincero.

- Te espero para o nosso café de todo dia amanhã, Leandro.

- Não irei faltar, e chegue bem cedo, ouviu ?!

- Pode deixar, Dr. !

Os dois se despedem e eu tomo o lugar do rapaz na cadeira de frente para ela que me encara sem acreditar no que está vendo.

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