O Magnata

2°CAPÍTULO

- Não me casaria com ninguém por dinheiro, e nem é por querer aparentar honestidade, é que o Rafael precisa de alguém que tenha os mesmos interesses que ele.

- Meu filho não tem interesse por nada, e você é a primeira moça que o deixou tão entusiasmado !

- Mesmo assim, eu sou a médica dele, não a namorada, e nem poderia, o seu filho é um adulto precoce cheio de dúvidas.

O homem absolutamente calculista me cerca como se estivesse rondando a sua presa.

- Falhei com o Rafael, mas não acredito que vocês não seriam felizes juntos, afinal são jovens, cheios de vida, e etc ...

- O senhor parece um palestrante daquele tipo de quem vai nos ensinar a viver mostrando sua imensa fortuna !

- Sou prático, é diferente.

- O senhor quer manipular o seu filho, tudo bem, mas não me envolva nisso, por favor.

- Bom, vejo que perdi a batalha, mas talvez o Rafael consiga te convencer do contrário, e sei que ele tentará ir por esse caminho assim que sair desse hospital.

- O Rafael é um menino crescido, e ele terá de mim a amizade de uma irmã !

- Você é uma mocinha de opinião, e isso me impressiona.

- O Magnata do estado não parece ser um homem impressionável ...

- Estou lhe fazendo uma proposta irrecusável que nenhuma moça seria capaz de desprezar.

- Em primeiro lugar, eu não estou comprando o Rafael, e depois já sou uma mulher independente, com uma profissão promissora, uma carreira para construir, e sem nenhuma intenção de seduzir um rapaz revoltado com a criação que teve !

A expressão suavizada muda de uma hora para outra e vejo a força do que acabei de dizer reverberando dentro desse homem enigmático.

- Estou perdendo o meu tempo falando bobagens com uma médica metida a espertinha quando tem muito do que aprender na vida.

- Não estava te ofendendo, mas eu sei o que é passar necessidade, sentir vontade de ter roupas, sapatos, e carros do ano e economizar para o lanche da escola ... Meu pai se endividou no jogo gastando o pouco do dinheiro de uma herança que recebeu achando que ia multiplicar o que havia ganhado.

- Eu não admito que tente me aconselhar, você é uma garota muito petulante e intrometida !

- Eu ?! Só estou fazendo meu trabalho para que seu filho se recupere, e nas minhas atribuições não se inclui casamento, mas posso dizer a ele que o ar do campo lhe fará bem.

Sento-me na cadeira giratória e descontrolo esse sujeito impecável de nariz empinado.

- Quando ele vai ter alta ?!

- Presumo que o senhor estará fora da cidade quando isso acontecer, mas já que me fez o favor de me adiantar uns dias de folga, vou acompanhar o Rafael por conta dos cuidados necessários e por causa do nosso acordo anterior.

- Ah, o nosso acordo segue de pé ?!

- Este sim, e nele não havia um contrato nupcial entre o seu filho e eu.

- Perfeito !

Colocando os óculos escuros na ponte do nariz, ele se ausenta com ar vitorioso, porém, a possibilidade de matrimônio é quase nula.

*3 DIAS DEPOIS*

*FAZENDA*

Acomodo o paciente no sofá da sala gigantesca e ele me faz um sinal para que me sente ao seu lado.