O Magnata

13°Capítulo

E vemos a figura de Leandro se aproximando de nós muito hesitante. Meu amigo de uma vida toda sempre nutriu sentimentos por mim os quais nunca fui capaz de notar.

- Jorge, é bom te ver melhorando, e espero não estar atrapalhando vocês, mas gostaria de falar com você alguns minutos, Luíza !

- Meu filho, vamos deixar os dois a sós.

- Mas, pai, ele é o cara que ...

- Nós não temos nada a ver com isso, vamos deixar os dois conversando tranquilos.

- Como não ?! Ele queria que o senhor morresse !

- Eu sinto muito se passei dos limites, juro que não queria magoar ninguém.

- Entendo o seu ponto de vista, Leandro, e acho que você e a minha mulher devem falar sobre a amizade de vocês para acabar de vez com tantos desencontros, agora nos dê licença !

Jorge arrasta o filho consigo e eu aponto a poltrona para que Leandro se sente.

- Eu sei que você ficou super chateada comigo, que não confia mais em mim, e que acabei com a relação tão bonita que nós tínhamos, mas jamais faria algo que pudesse prejudicar a saúde do Jorge ...

- Leandro, o que te impedia de me dizer que você era apaixonado por mim ?!

- Eu sou apaixonado por você, Luíza, e não posso evitar isso por mais que você esteja casada, grávida, e que me despreze, mas nunca tive coragem de dizer nada por conta daquela sua paixão platônica primeiro pelo Felipe, um colega nosso, e depois pelo Maurício.

- O Felipe me esnobou quase o curso inteiro, mas eu era uma menina do mato, não tinha condição nenhuma de viver paixões, até que caí nas garras do Maurício que se interessou mais pela minha profissão do que por mim !

- Eu me lembro, te acompanhei em tudo isso, mas não me encorajei o bastante para te tirar deles, pois, também era um bichinho do mato e acho que nos demos tão bem logo de cara por conta disso.

Lhe dou a mão e ele a aconchega fazendo leves carinhos no dorso da mesma. Um toque sutil, e muito suave.

- Leandro, eu gosto muito de você, e acho até que nós dois somos almas gêmeas, mas não para o amor carnal, se é que me entende ...

- Te vendo falar, acho que você tem mesmo razão, mas mesmo assim gostaria de experimentar uma paixão do teu lado, embora saiba que isso te deixe constrangida, eu penso muito nisso desde que te conheci e aceito a derrota, assim como aceitava as suas notas tão mais altas que as minhas, embora estudasse bem menos.

- Mentiroso, eu estudava por poucas horas, é diferente.

- Luíza, me desculpe por ter estragado a amizade tão bonita que a gente tinha, me perdoe mesmo por isso !

Beijo sua mão devotamente e a coloco em meu rosto recebendo o calor desse amparo amigável e fraterno.

- Respeito os seus sentimentos, mas não acho certo você ter me escondido quando poderíamos ter falado sobre isso num outro momento.

- Eu me calei por medo de me expôr desse tanto diante de você, mas eu te amo com tamanha intensidade que sei que serei forte o bastante para desistir de tentar entender a razão desse amor descabido, mas também quero me despedir ...

- Para onde você vai ?!

- Vou viver em Veneza, na realidade vou participar de estudos por lá, e não queria ir te deixando chateada.

- Leandro, eu lamento não ter enxergado você com outros olhos, pois, acho que seríamos um casal feliz.

- Não lamente nada disso, eu vou fazer o que deveria ter feito há muito tempo que é enxergar outras mulheres !