Capítulo IV

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Depois da última crise que teve no batalhão, Nascimento seguiu a ordem do médico e foi atrás de ajuda psicológica

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Depois da última crise que teve no batalhão, Nascimento seguiu a ordem do médico e foi atrás de ajuda psicológica.

-Se o senhor não falar nada, vai ficar difícil ajudar. -Falou a mulher de cabelo curto à sua frente.

-Eu sei, é que... É complicado falar. Ainda mais que eu não tenho certeza se tudo que eu disser aqui, a senhora vai ser obrigada a me reportar pros meus superiores. Se for, vou preferir falar de um amigo meu.-Disse o homem.

Nascimento guardava muitos segredos que não se orgulhava. A maneira como dirigia as operações era um tanto quanto, problemática.

Sua abordagem era muitas vezes controversa, envolvendo métodos não convencionais e até mesmo questionáveis como tortura e violência, em sua busca por justiça.

-Capitão, só posso responder sua pergunta, se eu souber realmente o seu problema. Além disso, aqui não é um confessionário, é um consultório de psiquiatria da Polícia Militar. - Disse e olhou nos olhos do homem. -Mas cá pra nós, capitão, já imaginou se eu tivesse que reportar tudo que eu escuto aqui pros meus superiores? Não teria mais polícia no Rio.

De fora, todo mundo percebia seu cansaço, mas se esforçava pra combater a criminalidade no morro, nem que tivesse que lutar contra seus próprios demônios.

-O senhor resolve se quer falar ou não.-Disse a psiquiatra.

A dúvida entre falar e tirar o peso dos seus ombros, e o orgulho de saber que não conseguia lidar com tudo, o assombrava.

-Com licença. -saiu dali. Era demais pra ele.

[...]

-Até mais, pai

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-Até mais, pai. -O abraçou se despedindo.

-Até, minha filha. Não quer que eu te leve? -Disse já pegando as chaves.

-Não precisa, -ouviram a buzina de um carro- o Uber chegou. -O abraçou pela última vez e foi pra casa.

Era estranhamente boa a sensação que teve com seu pai. Conversaram sobre tudo, inclusive as mágoas que Clara tinha.
Por mais que fosse doloroso visitar o passado, eles tinham que zerar tudo.

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