𝓑𝓮𝓲𝓳𝓸𝓼 𝓜𝓸𝓻𝓽𝓪𝓲𝓼

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Era uma noite agitada, apenas observando a agitação; pessoas dançando, bebendo, se divertindo. Eu não sentia o clima animado da festa me possuir. Era um tipo de insegurança, me sentia meio em perigo, mas…por que?

Tom estava em meio a um jogo de apostas, sorrindo e rindo, enquanto eu era obrigada a ficar ao lado de mulheres com mais de 40 anos, conversando sobre como seus maridos ainda eram ótimos em suas relações mais íntimas. E como seus filhos já estavam grandes e como elas casaram com homens até 10 anos mais velhas que elas. Eu não poderia dizer muita coisa, eu estava ficando com um cara desprezível.
Eu me sentia presa a ele, por algum motivo eu me sentia ameaçada. Não era como se ele apontasse uma arma na minha cabeça e dissesse:

"Se está pensando em me deixar, vou puxar o gatilho e logo esses pensamentos passaram...não se preocupe princesa."

De certa forma, eu também estou errada...

16 de fevereiro de 2009.

A chuva de lágrimas rolava de meus olhos, deixando minhas bochechas rosadas e molhadas.

Urgh! — me levantei bruscamente da calçada que estava sentada.

— Por que não?! Porra! — reclamei aos gritos.

Você deve estar se perguntando o porquê eu estava tão brava, ou não. Aquela noite, eu estava no auge da rebeldia da minha adolescência, com 14 anos eu achava que era adulta, eu queria sair a hora que eu quisesse, eu não queria ir pra escola, eu queria viver na liberdade, meu maior erro.

Uma luz ligeira, um raio; um estrondoso trovão ecoou nos céus, as gotas geladas da chuva caíram sobre mim, molhando meu cabelo, minhas roupas e encharcando meus pés. Eu estava encharcada. Inclinei minha cabeça pra trás, sentindo as gotas de água do céu caírem e escorrerem em meu rosto, limpando meu rosto e levando embora minhas lágrimas. Ainda sentia um pouco de raiva, mas essa raiva passou quando ouvi uma voz masculina atrás de mim:

O que uma garota tão bonita como você faz sozinha na rua a noite? — um sutil elogio saiu daqueles lábios desenhados, com um brinco lateral no lado direito do lábio inferior.

Ele mantinha uma distância respeitosa de mim, ele tinha um rosto expressando harmonia e confiança, nem um pouco confiável.

— Nada... — respondi, eu não disse o que realmente aconteceu.

— Tem certeza? — insistiu o estranho.

— Tenho.

Escutei um suspiro vindo dele, um silêncio de poucos segundos.

— Pode me dizer seu nome? — Perguntou simpático.

— Marta.

— Lindo nome. — Me elogiou — Me chamo Tom.

— Obrigada. — Agradeci o elogio dele.

Simpático; simpático e imprevisível.

— Tem certeza? Não se sente confortável em me falar o que aconteceu? — Ele insistiu.

— Não...meus pais dizem que os assuntos da família, ficam na família...

Tom chupou os dentes e balançou a cabeça algumas vezes sem concordância, ainda com as mãos nos bolsos de seu casaco cinza escuro.

— Eles estão certos, não é muito seguro falar sobre seus problemas e informações familiares pra um estranho. — Ele me fez pensar um pouco com essa frase.

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