Kim Jongin parou a carroça pequena quando viu a ponte quebrada a frente. Queria suspirar, mas evitou fazer tal coisa pois seu filho tinha sono leve e poderia acordar de novo. Yuto já era moço, ainda assim não desejava que ele despertasse outra vez naquela tarde coberta de penumbras e fria. Ali, a estrada era um pouco sinistra e seu filho já tinha passado por muito desde que fugiram do seu lar... Era suficiente que só ele lidasse com aquele problema, no momento.
Suspirou, saiu da carroça e acariciou o pescoço do cavalo falando baixinho com ele palavras tranquilas, o animal também estava exausto e precisava descansar e ele tinha plena consciência que logo a noite chegaria e ele precisaria encontrar um bom lugar para erguer acampamento, mas ali, aos pés daquelas montanhas, nada parecia convidativo para tal tarefa.
Então ouviu um som de flauta e estreitou os olhos.
Quem poderia...?
— Que inferno! Essa ponte está quebrada outra vez!
A voz brusca chegou antes da pessoa montada em um cavalo que vinha pela estrada do outro lado. Ele era um homem alto vestido em típicas vestes daquela região, embora as cores fossem roxas, uma escolha que não viu muito por aí desde que começou sua jornada pelas estradas... Ao lado dele surgia outro homem, esse em roupas mais comuns, pretas, e que vinha aparentemente relaxado sobre um burro e então Jongin descobriu o músico da flauta. Ao vê-lo, do outro lado da ponte destruída, ele saltou no animal e lhe sorriu, como se já o conhecesse, ou talvez ele fosse somente uma pessoa simpática mesmo...
Jongin não estava mais acostumado a isso, um dia ele foi um rico comerciante e era ele a pessoa que frequentemente era considerada simpática pelas pessoas da sua cidade, agora, meses de estradas depois, aprendeu a ser desconfiado para salvar a sua vida e a de Yuto. Foram lições que aprendeu as duras penas...
— Ei! Você aí do outro lado, sabe o que houve com a ponte?
— Não – Jongin respondeu em voz clara, a distância entre as duas margens não era muito grande – Acabei de chegar aqui também.
— Você é de Goryeo?
A pergunta feita pelo homem de roxo lhe pegou de surpresa. Atualmente seu sotaque local estava perfeito, ninguém nos últimos meses deduziu tal coisa. Mas aquele ali de olhos afiados...
— Sou um viajante constante, muitos me confundem com pessoas daquela região.
Respondeu tranquilo, como se toda a situação não o estressasse de forma alguma.
— Não seja grosseiro com o homem, Jiang Cheng – O de negro disse de forma doce antes de olhá-lo outra vez – Desculpe meu irmão, ele não tem tato com pessoas – Então ele sorriu balançando a flauta em direção ao norte - Todo ano nessa época saímos da nossa casa para virmos ao templo das nove cachoeiras naquela cadeia de montanhas. Há um templo ali que nosso pai sempre ia e com sua morte, agora nós realizamos o seu costume. Para nós é uma viagem um pouco longa e por isso estamos um pouco cansados, nesse momento. Essa ponte geralmente precisa de manutenção com frequência pois o rio sobe com o aumento das chuvas por aqui, sabemos que o pessoal da cidade vizinha vem com frequência cuidar disso, mas como estamos próximos do ano novo, devem ter deixado para depois.
— E há outro caminho?
Perguntou a ele preocupado, o homem assentiu e suspirou em seguida:
— Duas horas rio abaixo tem outra ponte, essa feita de pedra, o problema é que há muitos lobos na região e poucos vão por lá. As lendas... Não são algo a se levar de forma leve e...
— São lobos gigantes que vivem nas imediações e adoram carne humana – O tal Jiang Cheng disse de forma fria descendo do cavalo e olhando o entorno – Dizem que a alcateia principal vive no Recanto das Nuvens, lá, no topo daquelas montanhas – Ele apontou com o queixo a tal cadeia de montanhas verdejantes. Por fim sorriu de canto – Pele de lobo dá ótimos casacos, talvez seja nosso dia de sorte.
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Caindo nas garras dos Lycans
Werewolf- Não se mova! - A voz gutural soou da lateral e com o canto dos olhos ele viu um lobo branco gigante, maior que aqueles três surgir dos arbustos e vir com os olhos cravados nele. Wei sentiu os joelhos enfraquecerem subitamente, os olhos daquele ani...