Capítulo 8

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Viktor

A maldita sensação de que estou sem ar perto dessa maldita me assombra, durante o mês em que ficamos mais afastados eu quase não me controlei, ir periodicamente ao 3º andar e observa-la de longe se tornou uma rotina. E eu fazia isso muito bem, eu me engano dizendo a mim mesmo que é cuidado nela, que seu pai a colocou sob minha supervisão, mas desde o inicio eu senti uma atração que beira ao insuportável, seus modos comigo foram os piores nos primeiros dias e isso se deu a revolta de ter que trabalhar pela primeira vez na vida.

Sua personalidade arisca e sua falta de respeito comigo me tirou totalmente da minha zona de conforto. Mas a tensão entre nós me pegou tão desprevenido, as vezes eu esquecia que estava lidando com a única filha do meu melhor amigo, e a maldita só tem 20 anos. E no baile Sergei desconfiou de que algo estava rolando entre nós, assim como todos os presentes na festa, sei que os comentários devem estar soltos pela empresa, isso me preocupa demais. Uma coisa é ficar atraído por uma mulher jovem, e outra é ela ser filha do meu amigo e minha atual secretária e também dona da empresa, em partes.

Não consegui me concentrar toda a manhã, todos os dias que fui observa-la eu a via com um rapaz jovem e bonito, conversando e rindo, muito diferente de como fica comigo, na defensiva e nada a vontade. E o ciúme me tomou, desde então, esse sentimento tão desconhecido por mim. Preciso ir avisa-la sobre a viagem que tenho planejada, e eu poderia fazer isso por mensagem...


Cena na sala de treinamento

"Isso, assim... relaxa" e dou outro tapa. Ela solta um gemido sofrido e vejo uma lágrima descer por sua bochecha. Vê-la assim tão entregue e submissa a mim me faz quase perder o controle e a foder aqui mesmo nessa mesa, mas porra! Não posso me descontrolar.

"Muito bem, você foi ótima querida." E dou um beijo em seu cabelo, a solto. Ela suspira forte e se vira para me encarar, seu rosto lindo, seus cabelos levemente bagunçados, uma lágrima rola por sua bochecha e uso de todo o meu auto controle para não a tocar, por que sei que se toca-la vou acabar fazendo muito mais do que secar uma lágrima, e ela continua me encarando, desce o olhar para meus lábios, só de imaginar beijando seus lábios meu corpo reage, sinto a pulsação que vai direto para minha ereção já dolorida, tento ajustar discretamente e é quando escuto passos no corredor e todo o meu corpo se reseta, tensionando. Nós dois viramos para a porta esperando quem irá entrar.

"Ajeite seu cabelo querida." Sussurro e passo rapidamente minha mão em sua bochecha secando a lágrima. É tudo muito rápido.

Alguém se aproxima da porta e coloca a mão na maçaneta, mas parece desistir de entrar, e é quando escutamos a voz de Albert chamando a pessoa. Meu coração volta a bater normalmente, o que eu não preciso agora é de um boato de que eu estava fodendo dentro do escritório. Me viro para Elena novamente, ela parece constrangida, se apoiando ainda na mesa onde espanquei sua bunda, talvez incerta do que fazer após isso.

"Por que fez isso?" Ela diz mordendo os lábios.

Eu poderia dizer agora que estou louco de desejo por essa menina, poderia dizer que quero te-la em minha cama sob as minhas condições, mas uma ideia surge em minha mente.

"Elena, a cada vez que você me desobedecer seu castigo vai ser isso ou qualquer outra forma que eu preferir de te corrigir, mas como eu sou bonzinho eu vou também te agradar quando for boazinha, o que você acha disso? Acha que aguenta ou fui muito bruto com os tapas?" Falo me aproximando novamente dela, passo a mão em seu cabelo loiro tirando algumas mechas rebeldes que caiam por seu rosto. A sua reação a minha pergunta foi um arregalar de olhos seguido por mais uma mordida em seus lábios, suas bochechas coradas.

"Espera, eu vou receber o que por exemplo, quando eu for "boazinha"? " ela pergunta e eu dou um sorriso sem mostrar os dentes.

"Primeiro, diga que vai me obedecer, e aceitar tudo o que eu fizer com você, sem questionar. Então eu te mostro o que eu posso fazer." Falo e me viro caminhando em direção a porta.

"Espera, para onde você vai? Você precisa me explicar isso direito. E outra! Eu tenho uma contra proposta!" Ela fala e eu viro a chave da porta a trancando.

"Estou curioso, diga qual suas condições, e eu penso se irei atende-las." Falo me aproximando dela novamente.

"Papai me deixou sem cartão de crédito e o salário que você está me pagando é uma miséria, 2 mil é um absurdo de tão pouco. Eu quero um cartão com um limite de pelo menos 10 mil por mês." Ela diz e ajeita a postura e levanta seu queixo.

"A razão do seu salário ser esse é justamente trabalhar o seu lado responsável, a sua administração com o seu dinheiro, isso é um exercício, infelizmente o que eu posso fazer por você é o seguinte: tudo o que você quiser comprar ou precisar do dinheiro para um serviço, você terá que me convencer, de que forma? Não sei, seja criativa."

"Mas isso não é justo! Eu trabalho de segunda a sexta aqui, tenho que viajar com você para sei lá pra onde, ficar em reuniões chatas e ainda por cima não poder comprar nada! Você sabe o valor que eu gasto com o meu cabelo, unhas?" Ela fala e bufa irritada, eu poderia me aborrecer com sua falta de educação, mas o que eu penso em fazer com essa menina é imoral, sujo, e só imaginar isso me faz novamente me lembrar de como meu corpo a deseja. Passo a mão pelos cabelos na tentativa de acalmar meu corpo e suspiro pesado.

"Diga de uma vez se aceita as condições Elena, e eu prometo pensar com carinho nas suas necessidades." Ajeito a gravata e coloco as mãos nos bolsos e aguardo sua resposta. Ela parece em um conflito interno. Tento manter meu semblante fechado mas por dentro sinto um divertimento que a algum tempo não sentia.

"Tá! Eu aceito, mas eu quero dinheiro para meu cabelo e unhas, quantas vezes eu precisar." Ela diz exasperada. Me aproximo ainda mais de seu rosto e coloca a mão em sua nuca, sinto sua pele se arrepiar ao meu toque, seus olhos focam em mim.

"Viktor..." ela fala sussurrando, seu hálito quente alcança meu queixo, e eu entreabro os lábios.

"Vai me obedecer?" Falo próximo de seu ouvido em um sussurro. Esfrego meu rosto contra sua pele em um carinho sedutor. Ela arfa. Maldita! Seu cheiro me inebria e sinto novamente o aperto em minha calça.

"Vo-ou, mas Viktor..." ela diz e meu nome dito chama minha atenção.

"O que? Já vai me desobedecer? Por mim tudo bem, eu amei  bater nessa sua bunda gostosa." Digo a encarando, sinto meus olhos pesados de tanto tesão, maldição!

"Não é nada..." e ela aproxima os lábios dos meus, sinto o toque leve contra minha boca e fecho os olhos com o contato. Solto um gemido rouco do fundo da minha garganta. Com toda a força dentro de mim, puxo seus cabelos da nuca fazendo seus lábios descolarem dos meus. Ela abre os olhos assustada.

"Se eu te beijar agora, não sei se consigo me controlar e não te foder aqui em cima dessa mesa, é isso que quer?" Seu rosto inteiro fica vermelho e ela tenta se soltar e a deixo.

"Você devia ir embora agora, eu preciso terminar minhas analises do dia e depois me preparar para a viagem." Ela diz séria, mudando completamente.

"Certo, passarei os detalhes por mensagem." Falo cauteloso e a avalio uma última vez antes de me virar e sair.

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