Um romance em Nova York

2. GoWolves

Anthony

Pelo resto da tarde conversamos sobre muitas coisas, jogos, filmes, esportes e por quê estávamos na NYU. Chris estava ali pra cursar economia. Entrei em um transe quando ele contou isso, e talvez não tenha disfarçado bem por que ele disse:

- Tudo bem cara - sorriu - as pessoas não acreditam que eu possa gostar disso.

- Que isso Chris - cocei a cabeça - não é isso...

- Eu garanto, minha mente é uma máquina de cálculo ambulante - gabou-se.

Também contou que nasceu em Atlanta, mas os pais se separam quando estava indo pro ensino médio e pelo ganho da guarda se mudou para NY com o pai, Christian Vicent Copper I. Depois disso não viu mais a mãe, ela começou a namorar o instrutor de pilates e se mudou para Portland sem manter contato.

- Que loucura mano - disse enquanto vestia a roupa para a festa - sei bem como é, quando os meus pais se separam e fomos pra o Brasil com minha mãe ,a comunicação com meu pai quase acabou por completo. Bem, minha irmã e minha mãe o ignoram por completo. Eu ainda tenho um contato...

Ele concordou vestindo um moletom roxo da NYU.

- Brasil? Que isso, tão longe desse jeito, não foi o melhor dos divórcios né? - me cutucou com o braço e dei uma risada.

- Te garanto que deveria ter sido noticiado como um dos piores da última década - Chris deu uma risada - quando minha mãe ganhou nossa guarda não pensou duas vezes, não queria nada relacionado ao meu pai ou que envolvesse ele perto, logo acionou o advogado e pegou a documentação da casa que ganhou de herança dos meus avós numa cidade litorânea do Brasil.

- Uau! Ela não perdeu tempo mesmo.

- Nem sonhava com isso, com uma semana já estávamos arrumando a mudança lá, eai éramos eu, minha irmã e minha mãe.

- E elas ficaram por lá?

Concordei com a cabeça - Na verdade, Vitoria chega em 3 dias, vai fazer moda aqui também.

"Ela e Isabelle chegam em 3 dias", acrescentei mentalmente.

- Incrível cara! Se quiser me apresentar a ela - Chris disse erguendo as sobrancelhas vezes seguidas, eu sabia o que ele queria dizer.

- Você nunca nem a viu Chris, como sabe que vai gostar?

- Cara olha pra você! - esticou as mãos na minha direção - Agora eu imagino a sua irmã! Tá maluco! - deu um giro no lugar - com todo respeito, claro, não quero que meu colega de quarto arranque meus dentes no primeiro dia.

- Pode ficar tranquilo - dei batidinhas no seu ombro indo em direção a porta do quarto - faria coisa pior - dei um sorriso de canto a canto da boca.

Na mesma hora o vi ficando vermelho.

- Ei Jones! - chamou enquanto eu saia do quarto - era brincadeirinha... Jones!?

[...]

Fomos andando até o local. Não era tão distante do dormitório, e eu queria caminhar um pouco também. E Chris nem reclamou, se alto declarou um grande atleta na corrida.