O caminho montanha acima fora sem sombra de dúvidas, tortuoso. O vento frio se chocava contra seus rostos sem quaisquer reservas, feitiços e encantamentos eram impossíveis de serem realizados já que a Bruxa Pendragon enfeitiçou toda a montanha para repelir quaisquer magias a não ser a dela. A neve que cobria o chão se juntava na bainha de suas calças e casacos compridos, suas botas já estavam completamente encharcadas e enlameadas.
O comboio de feéricos seguiram Suzy que ainda estava sentada confortavelmente na cabeça do ser feito de raízes, o semblante sério com um ar de arrogância e os olhos azuis zombando silenciosamente de suas aparências miseráveis.
Oriana, pelo contrário não suprimiu sua felicidade em zombar audivelmente dos Grão-feéricos.
— Oh céus, vocês parecem absolutamente um monte de merda congelada! — A voz fina praticamente cantava de alegria e sem se conter Oriana bateu suas mãos pequenas repetidamente no botão da cabeça do ser feito de raízes enquanto o tal emitia um grunhido parecido com um bufo irritado.
Eris praguejou quando um bloco de neve escorreu do galho de uma das árvores e atingiu o centro de sua cabeça, tropeçando acidentalmente na raiz de uma árvore escondida na neve pelo abrupto choque, o Grão-senhor da Corte Outonal usou as mãos para se apoiar no tronco de uma das árvores secas congeladas e instantaneamente enrijeceu.
O movimento não passou despercebido por Tarquin que o seguia, o Grão-senhor da Corte Estival notará a aparência pálida de Eris e apoiará seu ombro com um semblante preocupado.
— Está tudo be – A fala do Grão-senhor foi interrompida ao ser praticamente empurrado para trás com o esbravejar de horror do herdeiro da outonal.
— Que porra é essa?! — O grito atraiu a atenção de todos, as cabeças cobertas por neve e gorros se viraram ao som e Helion que estava atrás de ambos Grão-senhores se aproximou com Feyre e Rhysand a esgueira.
— O que houve? — Questionou Helion franzindo o cenho.
O Grão-senhor ruivo apenas esticou um de seus dedos trêmulos e apontou para o tronco da árvore em que estava apoiado.
Curiosos todos se aproximaram da tal árvore e seus semblantes empalideceram.
No tronco seco e coberto por neve, um rosto humano parecia estar embutido com a árvore, a pele fora tingida de um tom pálido áspero, os olhos estavam marcados com um tom branco, a pupila e as íris praticamentes estavam transparentes e da boca escancarada, onde os dentes mantinham uma coloração amarelada brotavam flores brancas macias parecidas com pingentes de gelo na cavidade próxima a garganta.
— Mas que coisa é essa…? — A pergunta sussurrada por Feyre foi interrompida com uma risada alta, virando seus rostos eles viram a pequena fada rosa com os olhos lacrimejantes enquanto gargalhava sem nenhum pudor.
Suzy apenas fez um som abafado com os lábios franzidos, mas seus olhos continham uma pitada de diversão cruel enquanto ela os observava silenciosamente.
— Oh, Grande Grã-Senhora você não pode distinguir que essa “ coisa ” é um dos seus da sua espécie? — Oriana perguntou com um largo sorriso nos dentes pontiagudos, e a pequena fada se deleitou ao ver as expressões de todos enrijecerem imediatamente.
— A bruxa fez isso? — Rhysand perguntou com os olhos violetas fixos na figura de Suzy, a fada azul apenas olhou para o Grão-senhor com zombaria nas íris e cuspiu.
— Do contrário, quem faria algo tão perverso se não fosse nossa senhora? — Com orgulho a fada disse, sorrindo com os pequenos dentes afiados e olhos brilhando na escuridão da montanha.
Engolindo em seco, o grupo de feéricos se afastaram das árvores que os rodeavam, apenas para prevenir serem pegos de surpresa como o Vanserra mais velho.
Nestha fora a única corajosa a ousar esticar o dedo em direção ao rosto no tronco da árvore.
— Eu não faria isso se fosse você. — A voz de Suzy soou com um tom de preguiça lânguida na língua.
— E porque não? — Orgulhosa e com escárnio pingando na ponta da língua Nestha pergunta.
E desta vez fora Oriana quem a respondeu com um sorriso nos olhos.
— Porque eles mordem.
Bem a tempo a boca do ser preso a árvore se fechou bruscamente a poucos centímetros do dedo de Nestha que estava rente a boca escancarada, o som dos dentes se fechando ecoou no ar junto a um grunhido.
Os olhos transparentes do ser giraram em suas órbitas como se fossem bolas de gude e se fixaram no rosto pálido de Nestha, a boca escancarada se abriu novamente e um grito parecido com uma dobradiça enferrujada sendo aberta soou.
— Hahaha! — Oriana não se conteve e gargalhou alto, suas asas translúcidas farfalhando em suas costas enquanto ela praticamente voava a poucos centímetros antes de cair contra a cabeça de rosa do humanóide feito de raízes.
O som fino da gargalhada se juntou ao grito do rosto preso a árvore, uma melodia desafinada irritante inundou os ouvidos de todos e os ouvidos sensíveis dos Grão-senhores e Grã-Senhoras foram afetados a ponto de que suas feições se distorceram de dor.
Suzy para a salvação de todos sibilou com os dentes à mostra ela ralhou para o rosto preso a árvore com os olhos azuis frios.
— Cale a boca coisinha odiosa! Terei que costurar sua boca novamente? — A fada esbravejou com os olhos manchados com uma ameaça cruel.
O grito imediatamente cessou, o rosto pálido de contorceu por um momento antes de se contrair novamente e fundir-se contra o tronco da árvore.
— Estraga prazeres. — Oriana murmurou com um biquinho nos lábios, Suzy apenas bufou para a fada rosa antes de se voltar para o grupo de feéricos.
— Vamos continuar, faltam apenas alguns metros para chegarmos nos portões. — Decreta Suzy antes de se virar e colocar o ser que a carregava para andar novamente, caminhando em frente em meios as árvores cobertas de neve a fada não se preocupou em olhar para trás e confirmar que todos a seguiram.
Um som baixo ecoou na escuridão uma coruja branca surgiu entre a folhagem coberta de neve no topo de uma árvore, os olhos profundos observavam as costas de um certo macho ruivo que estava alheio a tudo à sua volta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐢𝐭𝐜𝐡 𝐚𝐧𝐝 𝐭𝐡𝐞 𝐅𝐨𝐱 - 𝐀𝐂𝐎𝐓𝐀𝐑
FanfictionQuando séculos após a guerra contra Hybern uma praga surge em toda Prythian a esperança parece estar perdida. Devastando as florestas e poluindo às águas, ceifando as vidas inocentes e corroendo a paz que fora mantida intacta por longos anos. A prag...