A sala de reunião da Corte Noturna nunca esteve tão silenciosa.As comuns discussões acaloradas e brincadeiras provocativas não tinham sequer um único resquício de se iniciarem.
Os pratos perfumados sobre a mesa e as taças de vinho feérico estavam intocadas.
Nenhum apetite os atiçou o suficiente para desfrutarem das refeições expostas sobre a mesa.
Nos assentos todos os Grão-senhores e Grã-Senhoras de Prythian estavam sentados em completo silêncio, vestidos elegantemente mas com os rostos tão pálidos e exaustos quanto um guerreiro voltando do campo de batalha.
O Grão-senhor da Corte Diurna, Helion, fora o primeiro a falar após minutos da reunião ter se iniciado.
— Não encontrei nada. — Sua voz soou exausta, as palavras arrastadas pela língua áspera e boca seca. — Revirei cada maldito livro daquela biblioteca e não encontrei nenhuma informação sobre a praga.
O semblante de todos caiu, a vã esperança desvaneceu tão rapidamente quanto surgiu.
Todos já tinham feito o mesmo, em todas as cortes, revirando todas as bibliotecas que encontraram e procurando informações em pergaminhos envelhecidos pelo tempo, e ainda assim não havia nada.
O rosto de Feyre empalideceu visivelmente, se perguntando mentalmente se esse seria o fim de tudo. Se tudo o eles passaram pra chegar até aqui foi em vão, os sacrifícios, as lágrimas, as esperanças de dias melhores.
As mãos de Rhysand se fecharam em punhos, as veias azuladas marcando a pele dourada opaca pelo desgaste mental. As emoções borbulharam em seu coração, pulsando por suas veias e zumbindo em sua cabeça.
— Tem que haver algo. — A voz afiada de Nestha cortou o ar, os olhos azuis cinzentos firmes, não demonstrando quaisquer resquícios de decepção. — Em algum lugar, alguém deve saber de algo, há tantas pessoas em toda Prythian que é impossível que nenhuma delas saiba algo sobre a praga.
Ao seu lado o General Illyriano, Cassian, segurou sua mão abaixo da mesa, num conforto silencioso já que a mão de sua parceira, longe do olhar de todos os outros tremia levemente e suava manchas de suor frio na palma pálida.
Ninguém a respondeu porém, o desejo de alguma que em algum lugar houvesse alguém que pudesse ajudar já foram esgotado há meses.
Eles reviraram cada canto de suas cortes, questionaram e interrogaram os moradores, se aventuram nas florestas perigosas na tentativa de conseguir algum acordo com algum ser milenar que soubesse de algo.
Infrutíferas todas suas tentativas. Eles se sentiram como se estivessem sendo humilhados, sendo punidos por pecados que não se lembram pela Mãe.
— Você não conseguiu desvendar nada com seus sonhos? — Feyre questionou, os olhos azuis fitando os castanhos de sua irmã mais velha.
Elain engoliu em seco, as mãos torcendo o tecido do vestido branco abaixo da mesa.
— Não — respondeu, rouca e cansada, com marcas profundas nos olhos outrora brilhantes —, só encontrei poucas coisas e em sua maioria eram inúteis.
— Tente de novo essa noite. — Ordenou o Grão-senhor, Rhysand, com os olhos violetas profundos fitando a feérica de cabelos castanhos.
Elain ergueu seus olhos em direção a voz de Rhysand, o tom de comando firme e afiado a fez cerrar os punhos.
— Eu já tentei...
— Tente mais. — Sua fala foi cortada por Feyre, um comando irredutível na fala assim como a do parceiro.
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𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐢𝐭𝐜𝐡 𝐚𝐧𝐝 𝐭𝐡𝐞 𝐅𝐨𝐱 - 𝐀𝐂𝐎𝐓𝐀𝐑
FanfictionQuando séculos após a guerra contra Hybern uma praga surge em toda Prythian a esperança parece estar perdida. Devastando as florestas e poluindo às águas, ceifando as vidas inocentes e corroendo a paz que fora mantida intacta por longos anos. A prag...