Sombras da Liberdade

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O coração de Sunny batia forte enquanto ela guiava as crianças pela fábrica escura. O teleférico, outrora usado para transportar pessoas para o berçário, agora estava coberto de poeira e teias de aranha. Ela sabia que essa era a única chance de libertar as crianças da cela 24.

As crianças olhavam para ela com olhos esperançosos, confiando que ela as levaria para um lugar seguro. Sunny os ajudou a entrar no teleférico, um por um, e acionou as alavancas para iniciar a descida. O som metálico ecoou pelo corredor vazio.

Sunny: Vocês vão para o berçário - ela sussurrou. - Lá vocês estarão a salvo. Mas lembrem-se, não digam a ninguém que fui eu quem vos ajudou.

As crianças assentiram, e o teleférico começou a descer lentamente. Sunny observou-os até que desaparecessem na escuridão abaixo. Ela sentia o peso da responsabilidade em seus ombros. Ela não era uma heroína, mas estava disposta a arriscar tudo para as crianças não passarem pelo mesmo que eles passaram antes.

No entanto, quando Sunny voltou ao andar superior, Catnap estava à sua espera, os olhos estreitos de desconfiança.

Catnap: Você os ajudou, não foi? - disse ele, com a voz grossa e ameaçadora.

Sunny engoliu em seco. 

Sunny: Eu só queria que eles tivessem uma chance...

Catnap se aproximou dela, o rosto a centímetros do dela. 

Catnap: Você pertence ao lado do Protótipo. Não deveria estar ajudando a Resistência.

Sunny sentiu o medo se espalhar por seu peito. Ela gostava de Catnap, mas ele não entendia que o que eles estão fazendo com aquelas crianças era o mesmo que tinham feito com eles no passado.

Sunny: Eu fiz o que achei certo - disse ela, com sua voz firme. 

Catnap a encarou por um momento, e então se afastou. 

Entretanto, Dogday estava sozinho em seu quarto na "Home Sweet Home". Ele não conseguia tirar Nightshade de sua mente. Ela havia se tornado uma luz em meio à sombra, e ele não conseguia evitar pensar nela.

Foi então que a porta se abriu lentamente. Uma das crianças da cela 24 entrou, os olhos arregalados de medo. Ela estava nervosa, e Dogday percebeu que algo estava errado.

Dogday: O que aconteceu pequeno? - perguntou ele, com sua voz calma e otimista, tentando fazer com que a criança não sinta medo.

A criança gaguejou, as palavras saindo em um sussurro:

Criança: S-Sunny... ela ajudou... a nos libertar.

Dogday sente o chão sair de baixo de seus pés. Sunny? Ela o surpreendeu denovo. Primeiro ela havia salvo ele e seus amigos da morte, e agora ajudou crianças a fugir, traindo o Protótipo?

Ele se levantou, a preocupação se misturando dentro dele. 

Dogday: Isso é verdade?

A criança assentiu, lágrimas nos olhos.

Criança: Ela nos disse para não contar a ninguém. Mas eu não podia guardar isso. Ela nos ajudou muito.

Dogday não sabia o que fazer. Ele estava dividido entre a lealdade à Resistência e a admiração por Sunny. Ele se lembrava dos momentos que passaram juntos, das risadas e das conversas. Ela era corajosa, e agora ela estava arriscando tudo.

Dogday: Obrigado por me contar - disse ele à criança. - Agora vá. E não diga isso para mais ninguém.

A criança saiu correndo, e Dogday ficou sozinho no quarto. Ele olhou para a janela, para o céu escuro lá fora.

Dogday: Sunny, o que você está fazendo?

 Ele não conseguia deixar de se preocupar com ela. 

As paredes do quarto de Dogday estavam desgastadas, e a luz fraca do abajur criava sombras dançantes nos cantos. Ele se sentou na cama, olhando para o teto, perdido em pensamentos.

Sunny ocupava sua mente. Ela era diferente dos outros brinquedos, corajosa e determinada. Ele lembrava dos dias antes da hora da alegria, quando eles exploravam juntos os corredores que não eram utilizados pelos trabalhadores, rindo e compartilhando segredos.

Ela o havia surpreendido. Depois da Hora da Alegria, ele não esperava que ela estivesse do lado do Protótipo. Mas agora, ele sabia que ela estava lutando por algo maior. Algo que ele não conseguia entender completamente.

Dogday fechou os olhos, relembrando os momentos que passaram juntos. As risadas, os sustos, as conversas à luz das estrelas. Ele gostava dela, mais do que deveria. E agora, ela estava arriscando tudo.

Dogday: Por que, Sunny?.. - sussurrou ele para o quarto vazio. - Por que você está fazendo isso?

Ele não tinha respostas. Apenas preocupações e memórias. Talvez, no meio dessa guerra silenciosa, eles pudessem encontrar uma maneira de sobreviver juntos. Ou talvez, eles estivessem destinados a se perder no labirinto de segredos da fábrica.

Dogday se levantou e olhou pela janela. A lua brilhava lá fora, e ele imaginou Sunny olhando para o mesmo céu. Ele não podia deixar de se preocupar com ela. Não podia deixar de se importar.

Dogday: Seja forte, Sunny - murmurou ele. - Eu estarei aqui sempre, mesmo que você não saiba.

E assim, no silêncio do quarto, Dogday prometeu a si mesmo que faria o que fosse preciso para proteger a única luz que ainda brilhava na escuridão da fábrica. 



OIOI GENTEEE NOVO CAPÍTULO

O QUE CÊS ACHARAM??? 

Espero que gostem!! ^^


﹒Ꮺ﹐Trevas e Luz﹒ ୭ (Imagine Poppy Playtime)Onde histórias criam vida. Descubra agora