Bem vinda de volta ao corpo, Nica

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Nica estava parcialmente consciente há dois dias. Às vezes Chucky a deixava sentir ou até ver alguma coisa, como se ela fosse uma mera telespectadora e não dona do próprio corpo. Era como Chucky a torturava sem machucar a si próprio, já que tortura física o machucaria também.

Outro medo dela além de Chucky era Tiffany. A mulher era extremamente doce quando queria, mas sabia amedrontar Nica. Ela afinal era a culpada por Chucky ter chegado em sua casa. Ainda assim, Nica em certos momentos acreditava na palavra da mulher, como se as palavras doces que saíam de sua boca fossem para era e não para Chucky. Isso talvez a fizesse se sentir mais segura, como se ela não pudesse ser machucada por Tiffany.

Hoje Nica está totalmente consciente pela primeira vez em algum tempo. Não saiu da cama para que Tiffany não soubesse disso. Sabe-se lá como o humor da mulher estava e o que poderia fazer com ela.

— Oi, Chucky. Acordou cedo hoje.

Era ela. O coração de Nica saltou como se fosse ir embora. Ela não queria ter que começar a fingir tão cedo.

— Fiz o café da manhã. Venha comer na mesa.

— Por que não traz aqui, Tiff? — Era esse o apelido que ele a chamava, não? Nica podia não ter tanta certeza. — Quero vê-la me agradar.

— Como se eu não fizesse isso todos os dias. — Riu mas pensou um pouco antes de sair do quarto.

Minutos depois Tiffany entra novamente com uma bandeja nas mãos. Ela se aproximou da cama e largou a bandeja sobre o colo de Nica.

Chucky a agradeceria por ter feito isso? Nica achou que não, então engoliu o "obrigado" e começou a comer.

— Sabe, eu andei pensando — diz Tiffany ainda a vendo comer. — Podíamos sair hoje, o que acha? Estou cansada de ficar aqui.

— Sair? — Nica não sabia como sairia dessa. Teria que pensar em alguma coisa rápido. Como ela sairia com Tiffany sem entregar que estava no controle?

— Sim. Tem um lugar aqui per...

— Não. Eu pensei em ficarmos por aqui, aproveitando esse quarto. O que acha?

— Chucky, fizemos isso ontem.

O pensamento de ter ficado nua na companhia da mulher há um dia a fez estremecer. Não era confortável saber que havia transado com alguém quando nem estava consciente. Tiffany, óbvio, não podia saber o que se passava dentro da cabeça de Nica.

— Nunca vai ser o suficiente. — Tentou sua voz mais sedutora. Tiffany sorriu. Deu certo.

— Ok, Chucky. Ficaremos em casa hoje.

Nica terminou de comer sendo observada por Tiffany. Ela quase elogiou a mulher, tudo o que ela fez estava delicioso, mas mais uma vez pensou que Chucky não o faria, então se calou.

Tiffany tirou a bandeja e colocou sobre a mesa de canto. Enquanto ela estava de lado prestando mais atenção à bandeja, Nica se mexeu na cama, deixando espaço para Tiffany sentar ali, sabia que ela faria. E fez.

Nica ficou nervosa tendo a mulher tão perto de si.

— Tudo bem Chucky?

— Claro, por que não estaria?

Tiffany deu de ombros e se sentou mais confortável. Nica relaxou um pouco, estava indo bem.

Tiffany começou a fazer um certo carinho na perna de Nica por baixo da coberta. Ela não saberia se não tivesse visto a mão se mexer.

Ela continuou os carinhos pelo corpo dela, agora subindo por onde Nica realmente sentia: sua barriga, seus braços, seu rosto. Tiffany a virou pra si e depositou um selinho nos lábios de Nica, que por uns segundos não se mexeu.

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