predestinados

36.

Gabriel Barbosa.

Após algumas horas intensas dentro de uma aeronave, eu e minha irmã pousamos em Boston, maior cidade de Massachusetts.
decidimos tirar uma folga de repente, estou de repouso ainda e o meu nome no Brasil ainda é muito polêmico atualmente. – você sabe inglês? – dhio me olhou e eu neguei. – como vamos comunicar com o povo daqui?

com o celular, casca de bala. – mostrei para ela o tradutor e ela levantou a sobrancelha. – eu me comunico assim sempre que vou falar com árabes.

você é estranho demais! – disse ela apontando o celular pra frente.

começou com a putaria de postar tudo? – coloquei o capuz do meu casaco e puxei minhas malas em direção á saída do aeroporto.

sabe quem também está nos Estados Unidos? – eu sei muito bem quem está aqui também. – Nathalia Duarte.

não quero mais problemas, cala a boca. – falei olhando quanto minutos faltam pro nosso táxi chegar.

você que causa problemas para as mulheres que você se envolve e a errada sou eu em te perturbar com os fatos da vida? – ela tem razão em muitas coisas mas nunca vou dar razão em voz alta. – você ainda foge da explosão que causou e me leva junto.

você quem quis vir, eu não te chamei. – quando eu comprei a minha passagem, ela comprou a dela também.

você estava me olhando com aquela cara de cachorro sem dono e na minha cabeça estava pedindo pra eu vir com você nessa viagem. – eu na realidade queria fugir um pouco daquele ambiente, mesmo trancado dentro de casa eu não me sentia em casa. – você pode tentar conversar e se resolver com a nathi agora, né?
estamos em outro país e distante da mídia

eu tentei de tudo, dhio e a gente sempre acaba dando errado então eu acho que não é pra ser. – falei dando sinal pro nosso carro e ele parou. – vou abrir mão do meu relacionamento com ela e superar, virar homem e assumir meu filho também.

concordo. – ela disse me ajudando a colocar as malas no carro. – você tem que dar o suporte para a mãe do seu filho, mesmo que ela não te queira mais, quero ter uma boa relação com meu sobrinho ou sobrinha.

falando nisso preciso fazer um pix que ela me pediu pra organizar o chá revelação. – ela quase me matou literalmente, vi minha vida passando na minha frente quando uma gestante puxou uma faca enorme pra mim.
ela não quer muito assunto, fala apenas o básico sobre a criança e nada mais do que isso.

🧜🏼‍♀️

durante a noite, eu e minha irmã decidimos ficar no hotel mesmo pra aproveitar o serviço.
sempre ficamos em quartos separados, eu me tranquei no meu e passei a noite assistindo the vampire diaries depois que eu lembrei que nathi é apaixonada nessa série.

não quero admitir mas eu acho que estou sofrendo por amor, eu estou muito doente sentindo até ciúmes retroativo. – "oi, vou sair pra uma balada com umas amigas que vieram do br ok? mandando mensagem pra saber se você se matou ou apenas está depressivo" – ouvi o áudio da minha irmã.

apertei no microfone e gravei uma resposta. – "não me matei ainda, tenho que estar vivo pra te procurar caso você suma" – me preparei para gravar outro áudio. – "toma cuidado, irmão te ama demais e eu vou dormir agora"

ela me respondeu com corações vermelhos.

🧜🏼‍♀️

acho que apaguei, acordei com o sol batendo na minha cara fortemente e suspirei morrendo de preguiça de levantar. – puta que pariu. – disse suspirando puto com o calor que estava fazendo diretamente no meu rosto.

tomei coragem e me levantei puto, tomei um banho quente pra relaxar e fui tomar café.
assim que eu entrei no restaurante, vi minha irmã chegando cambaleando de cachaça e com os saltos na mão além de estar com a maquiagem toda borrada. – oi, irmão. — ela entrou atrás de mim, falando enrolado e arrastado.

a noite foi boa? – imagina essa garota em vegas. – aproveitou bastante e posso tirar conclusões por causa dos seus lábios inchados.

é meu preenchimento labial, divo. – se sentou na mesma mesa que eu estava e eu suspirei. – alguém tem que fazer valer a pena as horas dentro do avião.

dentro do carro também porque mais tarde vamos para Los Angeles. – ela queria muito e eu estava com receio mas nessa cidade eu não encontrei nada de interessante, estou me sentindo na merda igual eu estava antes.

Eu tomei um susto de manhã, recebi a dm de uma nati mas não era a minha. – vamos mesmo? – eu concordei com a cabeça. – agora que eu encontro um bofe você quer me tirar?

então fica você sozinha. – ela pede umas lapadas secas e eu sou o mestre de dar isso. – peço desculpas, estou tentando ser uma boa pessoa e mudar meus hábitos por causa do meu filho.

eu acostumei com teu jeito grosso mas adoraria que você mudasse mesmo porque ninguém suporta uma pessoa insuportável. – sinto muita sinceridade nessas palavras da minha irmã.

eu entendo completamente, estou arrependido. – ela estranhou minhas ações mas não disse nada.

depois saímos pra conhecer alguns pontos e almoçamos na rua, o clima daqui é complementarmente diferente do clima do rio.
eu pude aproveitar a rua, ninguém atrapalhando o meu almoço e pude andar sem ter milhares de olhares e celulares na minha direção. – eu queria ser famosa nível rihanna pra andar na rua e ter paparazzi – ela leu meus pensamentos? – qualquer coisa minha vida notícia mundial, todo mundo me achar relevante.

deve ser foda ser conhecida por "irmã do gabigol" – querendo ou não a influência dela vem de mim, ninguém saberia quem é a dhio se não fosse por mim mesmo que o conteúdo dela agora esteja sendo um dos melhores.

melhor que ser conhecida por "ex-bbb" – eu me rebaixei ao nível de ter esse título de "ex bbb" infelizmente tenho isso no currículo.
não me arrependo mas as maioria das pessoas que me acompanha atualmente me conheceram por esse "extra" e não pela minha "arte" realmente que é o futebol.

quando eu entrei no elevador do hotel, meu celular apitou e eu conhecia muito bem a dona daquela mensagem.

estranhei, ela havia me mandado uma foto de repente, esperei entrar no quarto e estar sozinho pra ver o que aquilo significava, deve ter errado o número e tomara que seja nudes.