Imminent Danger?

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Chapter Six

  São seis horas da manhã, o sol ainda não nasceu completamente apesar do dia já se encontrar suficientemente iluminado. A jovem Sakurai está no campo externo de treinamento, fazendo sua corrida matinal enquanto escuta uma de suas playlists favoritas através dos fones de ouvido. Ainda que aparentemente esteja distraída, ela sente quando uma segunda pessoa se faz presente, direcionando seu olhar disfarçadamente na direção de onde teve o sentimento, vendo um homem moreno e extremamente grande sentado em um dos degraus da escada de acesso ao campo. Esse deve ser o tal Toji, né?

  Tentando não dar muita atenção a isso, ela finge não ter visto nada e continua com seu exercício. O Fushiguro mais velho arqueia a sobrancelha, claramente descontente ao perceber a atitude alheia.

  – O que uma novata faz acordada tão cedo? – Ele pergunta ao vê-la passar mais próxima de si, sabendo que o escutou falar apesar dos fones na orelha.

  A morena segura a vontade de bufar, não gostando de ter que parar sua atividade no meio para responder uma pergunta que, ao seu ver, é para lá de tosca. Ela tira os fones de ouvido e enfia dentro de um dos bolsos da frente de seu moletom.

  – Gosto de me exercitar as vezes e esse horário é o único que ninguém fica passando por perto.

  – Vi como é boa em combate corpo-a-corpo e a sua resistência física quando lutou contra o Todo. Por que ao invés de perder energia correndo, não usa ela para treinar técnicas jujutsu?

  A pergunta gera estranheza na mulher, mas por não ver nada que indique o que de fato significa tudo isso, ela decide deixar de lado e apenas dá um longo suspiro antes de responder.

  – Primeiro, não vejo como fazer algo que eu gosto pode ser perda de energia. Segundo, que não é porque sou boa em algo que tenho que parar de fazer e focar em outras coisas.

  Sua resposta não contém nada demais, nem nas palavras utilizadas e muito menos na forma como responde, já que a todo momento procura manter a calma e educação, entretanto algo parece enfurecer o homem, que tenciona os músculos de seu braço e ombros, ao passo em que uma careta de raiva se forma em seu rosto. Selene arqueia a sobrancelha, tentando entender o que raios se passa em sua cabeça.

  – Mesmo a sua energia sendo baixa, sabe o que eu teria dado para ter ela? – Ele cerra os punhos – Pra quem nasce dentro de um clã como o Zen'in, energia amaldiçoada é tudo e eu nasci sem nenhuma. Minha vida teria sido bem mais fácil se eu tivesse pelo menos uma como a sua e mesmo assim, aqui 'tô eu tendo que ver que você não 'tá nem aí pra ela!

  Mesmo sem demonstrar externamente, a jovem começa a compreender o porquê de Toji estar tão irritado. É verdade. Aqueles velhotes só sabem dar valor pra energia amaldiçoada e poder, transformam em um inferno a vida das mulheres do clã, agora com um sem energia... Não consigo imaginar como deve ter sido para o pai do Megumi conviver em um ambiente desses.

  – Eu não estou desprezando a energia amaldiçoada, Toji. Posso lhe chamar assim, né? – Pergunta de modo mais descontraído, tentando aliviar o ambiente e isso acaba pegando o mais velho desprevenido – Não achava que fosse da sua conta isso, mas depois de me fazer perceber o quão merda é viver sob o mesmo teto que aqueles imbecis, acho melhor explicar.

  A jovem precisa fazer uma força tremenda para não rir da cara hilária que ele faz, um misto de confusão, descrença e um resto de raiva. Como ele não diz e nem faz nada, ela toma isso como um passe livre para continuar.

Mysterious Girl - Jujutsu KaisenOnde histórias criam vida. Descubra agora