Querido Diário ou demônio escondido em minha mentemente

A maldição da Expectativa

Pelo que me pareceu a centésima vez olhei o celular esperando a mensagem.
Nada.
Me levantei passando as mãos no rosto eu precisava sair , tomei um banho e vesti uma calça jeans preta e um moletom preto com uma estampa psicodélica,enfiei o maço de cigarro no bolso e o isqueiro, peguei meus fones e o celular e abri a porta .

-Porra !

Murmurei me sentindo cegada pela luz do sol , demorei meia hora pra conseguir abrir completamente os olhos e enxergar algo , me recusei a entrar e procurar os óculos, abri o portão no tando o quanto eu estava pálida , as mãos brancas e praticamente transparentes dando pra ver todas as veias , os meses sem sair no sol estavam fazendo efeito!
Caminhei despreocupada pela calçada com os fones no último volume me impedindo de ouvir qualquer cumprimento ou chamado , o sol estava quente mais não o suficiente pra me fazer tirar o casaco . Voltando pra casa decidi ver minha mãe , já havia algumas semanas que eu não via minha família

- Ce tá muito branca gnomo !
Meu irmão disse me avaliando enquanto abria o portão
- É o cloro na água dessa cidade ! -Disse sorrindo
-Cadê a veia ? -perguntei entrando na sala
- já tá vindo .-ele foi até a cozinha .
- Vitória tá parecendo um fantasma pelo amor de Deus ! -minha mãe disse preocupada.
-Benção!
Sorri vendo ela me lançar um olhar mortal
-Deus abençoe Vitória! Meu Deus que moletom horroroso !

-Isso aqui é uma obra de arte .....
Sorri observando o demônio estampado no meu moletom com uma gosma negra escorrendo pelos dentes afiados

-Você não tem jeito mesmo menina...

Ela balançou a cabeça pegando uma caneca e enchendo de café com leite e me entregando

-sem nata ?
Ela assentiu
-de caixa ?
Suspirou balançando a cabeça
-Itambé?
Assentiu se sentando
-obrigado
Sorri bebendo , era muito estranho ter algo entrando no meu estômago que não fosse vodka e comprimidos , era dolorido e me senti pesada ,minha mãe me observava atenta

-não vou surtar se é oque tá pensando....
Sorri colocando a caneca na mesa ,olhar nos olhos dela era uma mistura de alívio e tortura , senti meu corpo petrificar , quis voltar no tempo , me reduzir a um bebê no seu colo,tudo ao meu redor parecia congelado , sabia que estava acontecendo de novo...meu corpo se recusou a qualquer reação mesmo quando a caneca se estilhaçou no meu aperto e os pedaços enfiaram nas minhas mãos,e então eu me lembrei o porque evitava ir ali