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Já passava das dez da manhã, e Penélope, por mais que gostasse de trabalhar nas Empresas Bridgertons, tudo o que ela pensava era no horário de sair. Quem poderia culpá-la? Em plena sexta-feira, quem não estivesse pensando o mesmo que ela, é que poderia ser julgado.

E uma das pessoas que faziam seu cérebro desejar a hora de ir embora havia acabado de entrar pela porta, Cressida Cowper. Ela começou a trabalhar na empresa por ser secretária de Fife, o sócio da empresa que estava fazendo parceria há meses com a Empresa Bridgerton.

Cressida entrou acompanhada de Colin, e ambos entraram na sala dele. Penélope revirou os olhos com a cena e concentrou-se nos e-mails que precisava responder à sua frente.

Colin não aguentava mais Cressida enchendo o saco dele, ela ia atrás dele para resolver até os assuntos mais triviais, assuntos esses que ela deveria resolver com seu chefe, não com ele. Mas parecia que ela fazia tudo aquilo para dar em cima de Colin, e ter mais chance de ficar perto dele.

Colin havia saído para almoçar, mas acabou voltando mais cedo do que o planejado. Queria aproveitar que a empresa estava mais vazia por ser horário de almoço para relaxar em sua sala e ler algum dos livros que precisava.

Mas foi surpreendido pela presença de Eloise no seu andar. Ela parecia estar conversando com sua secretária, Penélope, e ambas riam. Colin não era fofoqueiro, mas algo dentro dele queria ficar ali escutando, então ele simplesmente obedeceu, ficou parado sem fazer barulho, apenas escutando a conversa das duas.

"Deixa de loucura, Eloise. Certeza que você não fumou ?" dizia Penélope.

"Para, Pen, vai dizer que você nunca quis dar para o Colin? Eu conheço você, sua safada", falava Eloise.

Colin estava completamente curioso com o rumo daquela conversa. Afinal, ele era o assunto,  e inexplicavelmente algo nele ansiava pela resposta da sua secretária.

Penélope não podia negar que já se pegou pensando em absurdos que podia fazer com seu chefe insuportável em cima da mesa de trabalho dele, mas não planejava dividir aquilo com sua amiga, então respondeu:

"Eloise, seu irmão não faz meu tipo. Além do mais, o chefinho tem cara que fode mal." penélope disse sem nenhuma dó.

Ambas entraram numa crise de riso, e aquilo foi diretamente no ego de Colin. Nenhuma mulher falou que ele fode mal. Aliás, sempre falaram o contrário. Ele era acostumado com as mulheres suspirando por ele e não conseguia entender como a secretária dele poderia falar uma coisa daquelas. Mas decidiu ignorar por enquanto e entrou fingindo que tinha acabado de chegar.

Ele cumprimentou Eloise, olhou para Penélope com um olhar de poucos amigos e entrou na sua sala.

Penélope se despediu de sua amiga e voltou ao trabalho. Acabou se perdendo em tantos afazeres que nem viu que o expediente encerrou. Até seu chefe tinha descido, e ela continuava lá. Logo Penélope guardou suas coisas e desceu, mas quando estava saindo da empresa viu seu chefe conversando com Fife e com Finch, e parou para ouvir quando escutou seu nome.

"E aquela sua secretária, Colin. Ela é solteira?" perguntava Fife.

Aquilo incomodou Colin, que respondeu: "A última coisa que eu quero saber é sobre o status de relacionamento da minha secretária, Fife."

"Vai dizer que nunca quis nada com ela?" perguntava Fife insistentemente.

"Eu nunca teria nada com a Penélope, nem em sonho. Ela não é meu tipo", disse Colin, lembrando do que Penélope falou dele.

Penélope não sabia explicar, mas aquilo a deixou com raiva, e talvez um pouco frustrada. Eles não se suportavam desde o primeiro dia, mas o que ele disse bateu bem no ego dela.

Penélope voltou para casa, tomou um banho, colocou seu pijama mais confortável, se deitou no sofá e, acompanhada do seu vinho, ela deu play na série "Sex and the City" na televisão.

Depois da terceira taça de vinho e de alguns episódios com coselhos e loucuras que aquelas personagens faziam, penélope começou a cogitar várias ideias, ela tinha pensado muito e iria fazer Colin se arrepender do que falou. Ela ia jogar o jogo dele, e só o pensamento fez seu sorriso abrir. Ela estava completamente animada em fazer isso. Começaria na segunda, e não via a hora de ver seu chefe na palma da sua mão.

Do outro lado da cidade, estava Colin, com uma das suas peguetes, a famosa Marina Thompson, que trabalhava como modelo para algumas revistas de moda. Eles estavam curtindo a noite de sexta-feira em uma das baladas mais famosas de Londres, ambos se agarrando. Mas a frase de Penélope rodava na sua cabeça, como ela pode ter aberto a boca para dizer que o homem mais cobiçado de Londres transa mal.

Era tudo que Colin conseguia pensar no meio dos amassos com a Marina. E com frustração ele dispensou a modelo, deixou ela em casa e foi direto para seu apartamento.

Ele deitou na sua cama com apenas um pensamento. "A Penelope Featherington vai implorar por mim debaixo do meu lençol, ou eu não me chamo Colin Bridgerton."

E ele sorriu, e foi dormir ainda pensando na sua promessa.

contradiction - polinOnde histórias criam vida. Descubra agora