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O resto do final de semana de Penélope foi repleto de diversos pensamentos, mas o principal era o quanto seu plano não estava saindo como planejado. Ela pretendia apenas seduzir Colin, só para provar que ele estava errado, só para fazê-lo se arrepender do que disse.

Mas, depois de algumas conversas, quem estava se contradizendo era ela. Ela estava admirada; seu chefe era engraçado e gentil, não o bruxo que ela pensava que ele fosse.

A semana foi passando. A cada dia, ela e Colin passavam mais tempo juntos. E, a cada hora, Penélope ficava mais em dúvida. Talvez para ela fosse melhor continuar sendo amiga de Colin. Era muito melhor trabalhar com um chefe com quem tinha uma amizade. Ela gostava das conversas, das risadas, e para ela, isso já era motivo suficiente para desistir do plano de seduzir seu chefe. Então, ela abriu mão.

Colin compartilhava os mesmos pensamentos de Penélope. Eles nunca fizeram nada demais, só flertaram uma vez ou outra. E Colin nunca se envolveu com uma funcionária. Será que ele deveria fazer tudo isso para provar um ponto? Mas, porra, Penélope não saía de sua cabeça desde o dia em que ouviu ela falando dele.

Penélope desceu para almoçar com Eloise. Sua amiga estava cada vez mais envolvida com seu vizinho Phillip. Penélope nunca a tinha visto assim antes.

"Pen, ele é tão fofo que às vezes dá vontade de dar um soco... no bom sentido, é claro," completou Eloise.

"É muito romântica sua linguagem de amor, Eloise," Penélope ria, feliz por sua amiga.

"Você vai chamar ele para a festa da sua mãe?" indagou Penélope.

"Eu não sei, eu gostaria, mas você sabe como meus irmãos são intrometidos. Além disso, acho que é cedo," Eloise dizia.

"É, você está certa, apesar de eu já estar pensando no nome do filho de vocês," Penélope falava, rindo acompanhada de Eloise.

"E você, Pen? Você vai para a festa da mamãe, né?" Eloise perguntou, cessando as risadas.

"Para ser sincera, eu pensei em dar uma desculpa. Você sabe como eu sou, fico sem graça de estar no meio de uma reunião da família do meu chefe," Penélope explicava.

"Pare com isso, Pen. Imagine que é a família da sua melhor amiga. Esqueça seu chefe. Além disso, a mamãe está louca para que você vá, ela só fala nisso," disse Eloise.

"Nesse caso, não terei como recusar," disse Penélope, se dando por vencida.

Colin ainda não havia parado para almoçar. Passou a manhã ocupado. As vendas da escritora Lady Whistledown eram um sucesso; todas as livrarias estavam atrás de mais volumes do livro. Assim que ele parou em sua sala, pronto para almoçar, pensou em chamar Penélope, mas ela não estava mais lá. Logo deduziu que ela tinha saído para o horário de almoço.

Até que alguém invadiu sua sala.

"Pen, pensei que você já tinha saído para o horário de almoço," Colin dizia, sem olhar para ela, pois estava vendo algo no notebook.

"Pen? Devo me preocupar com essa aí?" Marina, que havia invadido a sala de Colin, sentou no colo dele e passou os braços ao redor do pescoço.

"Marina, você por aqui? Aconteceu alguma coisa?" Colin perguntava.

"Tive que vir atrás de você, já que faz semanas que não nos vemos," Marina falava, puxando Colin para um beijo.

As coisas iam esquentando, eles estavam aos beijos quando Penélope entrou na sala e se deparou com a cena.

"Oooh, me desculpe, senhor Bridgerton," disse Penélope.

Colin se desvinculou rápido de Marina, mas antes de falar qualquer coisa, Penélope já tinha fechado a porta.

Após alguns minutos de muita insistência, Marina finalmente foi embora, e Colin chamou Penélope em sua sala.

"Pen, gostaria de explicar aquilo que você viu..." dizia Colin, quando foi interrompido por Penélope: "Sr. Bridgerton, o senhor não precisa me explicar nada. Entrei sem bater, foi erro meu. E não se preocupe, nada do que eu vi irá se espalhar," disse, e saiu da sala dele.

Colin não sabia explicar. O medo dele não era que isso se espalhasse, mas ele sentia vontade de explicar aquilo, sentia vontade de pedir desculpa, mas não sabia por quê. Decidiu deixar de lado esses pensamentos.

Durante o resto da semana, as coisas entre ele e Penélope ficaram cada dia mais estranhas. Eles estavam distantes de novo. Colin se odiava porque não conseguia se livrar da culpa que sentia. Ele ainda tentou chamá-la para fazer algo umas duas vezes, mas ela disse que estava ocupada.

Ele decidiu tentar a sorte mais uma vez. Era quinta à noite, e ele pensou em chamá-la para jantar. Depois, poderia deixá-la em casa. Ele sentia falta das conversas e das risadas dela.

Assim que viu que ela terminou o expediente, ele correu, organizou as coisas o mais rápido possível e desceu para falar com ela.

Ela estava em frente à empresa, e logo Colin a alcançou.

"Pen, você gostaria de jantar em algum lugar hoje? Abriu um restaurante novo bem legal que acho que você vai gostar," Colin disse.

"Desculpe, Sr. Bridgerton. Mas hoje não dá, depois marcamos algo," Penélope disse.

"Penélope, por favor, me chame de Colin. Posso saber por que você está me evitando?" Colin disse, ele estava chateado, sabia que tinha feito alguma burrada.

"Colin, eu não estou evitando você..." Penélope dizia antes de ser interrompida por Colin, que chegava mais perto dela.

"Foi por causa do que você viu na minha sala, não foi? Pen, me des..." mas antes de Colin continuar, Penélope o interrompeu.

"Colin, por Deus, você pode transar com quem você quiser. Eu não preciso de explicações," Penélope dizia, um pouco alterada, assim como Colin, ambos perto demais um do outro.

"Mas então por que você não pode jantar comigo? Você me evitou a semana toda," Colin respondia.

"Já disse que não pude," Penélope disse.

"Por quê? Vai fazer algo hoje?" Colin indagava.

"Agora, quem não te deve explicações sou eu," na mesma hora que Penélope disse isso, o carro do seu amigo Theo chegou.

O amigo de Penélope abaixou o vidro e falou: "Pronta, Penny? Podemos ir?"

"Mas tá aí a explicação, já tenho planos," Penélope disse, dando as costas para Colin, andando com seu maior rebolado até o carro e indo embora sem olhar para trás.

Colin não sabia explicar o que estava sentindo naquele momento, mas podia jurar que, se escutasse "Penny" saindo da boca de mais alguém, ele iria acabar preso.

Assim que o carro de Theo saiu de perto da empresa, Penélope se sentiu à vontade para soltar uma gargalhada.

"O que foi isso que eu acabei de presenciar?" o amigo dela perguntou.

"Meu querido chefe acha que eu e você temos algo, eu não pude evitar," Penélope dizia, ainda rindo. Ela e Theo se conheciam há muito tempo, nunca tiveram nada pois além de serem amigos, e ela nunca sentir nada por ele, theo era homossexual.

"Penny, não me diga que você e seu chefe estão transando?" Theo indagou.

"Não, Theo, não estamos, mas gostaria que estivéssemos," Theo e Penélope riram. "É só que eu o peguei se agarrando com uma das milhares de gatas que ele pega, e não pude evitar ficar estranha. Mas vamos deixar isso pra lá." Logo, ela e Theo estavam conversando sobre a vida.

Enquanto isso, Colin passou o resto da noite se martirizando sobre tudo o que Penélope estava fazendo naquele momento, em vez de estar junto dele. Ele queria ser o homem que a buscasse de carro, que a levasse para jantar, que cheirasse seu pescoço. Antes de entrar em mais pensamentos cruéis, Colin foi dormir. Amanhã pela manhã, já seria o dia de todos irem para Aubrey Hall, comemorar o aniversário da sua mãe.

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oii gente, vocês viram a nicola e luke no rio de janeiro ? estou amando todas as fotos e vídeos que saíram, eles realmente tem uma química de outro mundo.
beijos 💖

contradiction - polinOnde histórias criam vida. Descubra agora