𝗢𝗡𝗟𝗬 𝗢𝗡𝗘 ; ( 𝘩𝘺𝘶𝘯𝘤𝘩𝘢𝘯)

Convite.

Nos próximos días em que se sucederam, Christopher ia sempre pegar Hyunjin na porta da universidade todos os dias, agora que ele conhecia o lugar onde o ômega estudava. Hyunjin estava começando a ficar acostumado com isso, mesmo que nas primeiras vezes seu rosto queimava de vergonha porque conseguia claramente entender que seus colegas cochichavam, tanto que no dia seguinte após a segunda vez teve que suportar perguntas sobre como ele havia conseguido arrumar um alfa tão cheiroso e bonito. Aquilo de alguma forma causou uma raiva em Hyunjin, que respondeu que era desrespeitoso chamar o alfa dele desse jeito, e sim, ele confirmou que Christopher era seu alfa num momento de ciúmes que ele não sabia explicar o por quê.

Era fim-de-semana e ele e Felix estavam tendo seu sábado-maratona, onde tecnicamente os dois ômegas se juntavam para comer porcarias e assistir séries ou filmes. O ômega moreno estava com a cabeça apoiada nas coxas do outro, comendo um salgadinho enquanto o que estava encima permanecia com o pote de sorvete ao lado, os dois conversando e lançando cometários sobre o filme que assistiam. Em um momento em que já não parecia tão interessante, Hyunjin sentiu o olhar de Felix em si. Hyunjin olhou para cima e encontrou o olhar de Felix realmente.

— O que é? Garoto estranho, fica parecendo um psicopata. – comentou num resmungou que causou uma risada no loiro.

— Eu só estou curioso.

— Com o quê?

— Jinnie... – chamou fazendo uma careta de dúvida. — O alfa bonito não tem um amigo bonito que possa ficar comigo?

— Felix!

Ralhou e os dois desataram a rir, mesmo Hyunjin sabendo que era só uma brincadeira da parte de Lix. Seu amigo tinha um certo – muito grande – medo de se aproximar de alfas, principalmente porque era um ômega recessivo. Era frágil demais, seu cheiro era quase nulo, não era infértil, mas haviam muitas probabilidades de ter uma gravidez de risco, perder o bebê ou ele próprio morrer, sua imunidade também era fraca. Enfim, Lix sempre deixava claro para todos os alfas que saiam consigo, que o rejeitavam por saber que tinha esses porém's todos.

— Lixie, eu sinto muito a falta da sua mãe.

— Você é um ladrão de mães, isso sim! – exclamou o loiro. — De qualquer jeito, a mamãe também sente a sua falta. Ela tem reclamado que você já não visita.

— Ando tão cansado, Lixie. Meu dia só fica bom no finalzinho.

— Safado! – apertou-lhe o nariz. — Precisa passar lá em casa para acalmar o coração da senhora Lee, por Deus, ela só fala de você! Às vezes penso que você é o filho dela.

— Você que é todo ciumento.

— Você sente a falta dela, não sente? – comentou Felix agora, com um olhar mais calmo e o tom de voz amoroso, querendo ser delicado.

A sua mãe.

Sim, ele sentia muita falta da mãe. Faziam anos que não a via, e se perguntava todos os dias se ela estava bem. Será que ela ainda estava com seu pai? Óbvio, ela não tinha coragem alguma de pedir o divórcio e mesmo se tivesse, seu pai não a daria. Ela estava comendo bem? Sempre foi uma cozinheira de mão cheia e tinha ensinado ao Hyunjin tudo que ele sabia atualmente. Ela estava com saudades dele? A relação dos dois sempre foi muito linda, pensava Hyunjin que se não existisse o vagabundo de seu pai, hoje ele viveria na vila pequena com a sua mãe e seriam muito felizes. Ela estava bem? O ômega suspirou, beijando a mão do melhor amigo, que antes estava fazendo carinho em seu rosto.

— Sinto, Lixie. Sinto tanto a falta dela. Gostaria de ver ela, mas sinto medo de encontrar ele lá.

— Se quiser, eu vou com você. – ofereceu-se ao amigo, dando um sorriso pequenino. — Sabe, eu tenho um spray de pimenta e tô louco para usar. Eu te protejo, ômega!