Prólogo

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MARTA FONTES

— Vou sentir sua falta. — Alfredo me acolheu outra vez em seu abraço enquanto sentíamos a angústia precedente a saudade.

Inspirei seu cheiro gostoso sentindo o coração virar uma ervilha diante aquele sentimento de separação. Eu amava os momentos em que estávamos juntos e, sem dúvidas, ficar sem ele era desesperador.

A noite foi esfriando cada vez mais, se tornando muito perigoso ficarmos ali, correndo o risco de sermos vistos ou picados por algum animal.

— É melhor você ir antes que adoeça — ele falou ao descolarmos nossas bocas de mais um beijo apaixonado.

Sabia que tinha razão, porém, eu não queria o deixar.

Nos beijamos outra vez de um jeito saudoso, sofrendo antes mesmo de nos separarmos. A minha lágrima escorreu, e notei o exato momento em que Alfredo engoliu em seco, tão afetado quanto.

— Vá, Passarinho... Estarei aqui te esperando.

— Vou sentir sua falta, limpei as lágrimas.

— Eu também. — Segurou a minha mão com carinho, soltando à medida em que eu me afastava.

Triste e de cabeça baixa, soltei nossas mãos sentindo o peito comprimir e as lágrimas descerem sem controle.

E se fosse a nossa última noite juntos? E se quando eu retornasse fosse tarde demais para nós dois?

Faltava pouco para chegar de volta à janela quando o pensamento me sufocou. Olhei para trás e o vi me observando atento e entristecido.

Quer saber? Que se dane!

[DEGUSTAÇÃO] - A HERDEIRA PROIBIDA PARA O COWBOY: Família AlbuquerqueOnde histórias criam vida. Descubra agora