Capítulo 18.

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Não quero levantar, não quero viver, não quero ir a lugar algum, não sei a quanto tempo eu tô aqui, mas sei que não quero sair daqui.

Gwen já veio me ver umas 10 vezes, sempre respondo as mesmas coisas, "estou bem", "quero dormir", "não tô com fome", coisas assim.

Eu só preciso descansar, então levanto e vou até uma das gavetas da cômoda e pego uma caixa de remédio. Deve ter uns 20 comprimidos, já que nem me lembro a última vez que tomei pela última vez.
volto a me deitar e tomo dois de início, só para descansar.
Durmo por algumas horas e ao acordar tomo mais 2.
E de dois em dois, toda a dor sumia do meu corpo.

Me lembro de poucas coisas naquela noite, batidas na porta, gritos, choques, oxigênio, convulsão, vozes, muitas, das quais eu nem sei de quem são, soros, convulsão, choro, luzes.

Minhas mãos estão frias, suadas maa frias, a luz é muito forte, tem alguém no quarto, posso estar de olhos fechados mas sei que tem alguém aqui, eu não quero acordar agora, não quero. Mas algo não me deixa dormir.
Abro os olhos
Olho em volta.
Um hospital, é onde eu estou.
Por que caralhos eu tô em um hospital?
Ah e sim, tem uma pessoa aqui comigo, uma enfermeira.
- Ah, oi, você acordou - diz ela.
- Hum, é.
- Você se lembra do que exatamente?
- Sei lá, eu tomei alguns remédios e acordei aqui.
- Você tomou 20 comprimidos. Teve 6 convulsões. Você poderia ter morrido, você se considera uma pessoa suicida senhorita Phil?
- Não, e meu nome é Lorren.
- Então, por que a senhorita fez isso?
- Eu só queria descansar. Agora, poderia por favor me dizer se alguém veio me ver?
- Sim. Tem um cara lá fora, ele acha que você não quer ver ele. E as três senhoritas que estavam aqui, uma foi ao banheiro, outra comer e uma para casa cuidar da garotinha.
- Ele tá certo, não quero ver ele.
- Ele parece preocupado.
Fico em silêncio, ela me encara e sai do quarto.

Alguns minutos se passaram e Kai entra em meu quarto
- Oi - diz ele
eu o ignoro, e fico olhando pela janela, como se algo muito importante estivesse acontecendo lá fora.
- Olha... me desculpe Lo
Eu olho para ele, penso em como dizer sem see muito grossa.
- Não, eu não te desculpo, vc me machucou Kai, e você não se conteve em me machucar mentalmente e me machucou fisicamente.
Ele parece chocado com minhas palavras, ele recua, me analisa, nos encaramos e ele desvia o olhar primeiro.
- me desculpa Lorren, eu sei que nada justifica mas, eu nunca tive contato com outras garotas antes de você, então eu não sei controlar minha força. E sobre as coisas que você falou sobre a Cassie, eu sinto muito, eu não sabia que vocês eram tão próximas.

Eu apenas desvio o olhar e acho o negócio de arrumar a cama. Deito ela, e tento dormir. Mas escuto Kai ir embora e escuto Mary chegar, então abro os olhos.
De primeiro Mary me abraçou, mas logo depois me bateu

- Você é louca porra? Faz isso de novo e eu te mato vadia.
- Também te amo.
- Tá com fome?
- Um pouquinho.
Então Mary pega uma carteira e vai comprar alguma coisa.

Ela volta com os braços cheios de salgadinhos, refrigerantes, alguns doces
- Eu posso comer isso?
- Deve poder ué
- Se eu morrer, vou te assombrar todas as noites ímpares.
- Que bom que vou ter as noites pares pra dormir bem.
Eu rio e pego um salgadinho, então ofereço para Mary que aceita e se deita ao meu lado e assistimos TV enquanto o tempo passa.

Uma hora, uma hora e meia depois Kai volta e Mary, ao vê - lo chegar, se levanta e tenta barrar sua entrada.
- Mary, por favor, me deixa entrar
- Nem fudendo, você quase matou ela!
Eu assisto ela tentando barrar ele, então me intrometo na conversa dos dois.
- Mary tá tudo bem, vamos ouvir o que ele tem a falar.
Mary só me olha com raiva e abre caminho.
- Obrigado- diz Kai.
Me fazendo revirar os olhos.
- Lorren, eu sinto muito por tudo o que eu te fiz, eu fui muito babaca. Eu consigo entender onde eu errei, e quero melhorar, quero ser o melhor possível por você e pra você. Eu entendo se você não me quiser mais ou sei lá, querer me matar- diz Kai
- Matar não, mas castrar sim - diz Mary se intrometendo na conversa
- Mary! - digo
- O que?
olho para ela e para saída e ela entende e nos deixa sozinhos.
- Continua por favor
- Eu não quero te perder, eu te amo muito, e sinto muito não ter te dado a ajuda e atenção que você precisava. E agora estamos aqui. Eu sinto muito mesmo.
- Tudo bem Kai, eu te desculpo
Kai sorri e uma lágrima escorre pelo seu rosto, então eu a seco e o beijo.

Logo depois, peço a Kai que chame Mary de volta. Quando ele sai, uma equipe médica entra no meu quarto, pelo visto é um hospital escola.
Uma garota jovem, na casa dos 18 por aí, apresenta meu caso, ou seja fala tudo o que aconteceu, desde a quantidade e o tipo de remédio, até as convulsões e blá-blá-blá.
- Muito bem, Harper. - diz o médico - Como está se sentindo senhorita Phil? - diz o médico dando continuidade.
- Nunca estive melhor - brinco
Harper, a garota, olha para o monitor ao meu lado e vê que tem algo de errado. E logo age.
Tive mais uma convulsão e Harper salvou minha vida. Ao voltar da minha convulsão a única coisa que consigo fazer é abraça- lá
- muito obrigada Harper, obrigada por salvar minha vida
- Que isso, é só o meu trabalho, e a senhorita pode me chamar de Dana.
- E você pode me chamar de Lorren, Dana.

- Bom alunos, sempre estejam atentos como a senhorita Harper.
- Senhor, acho que a Lorren apresenta um caso de epilepsia.
- Muito provavelmente Harper. Senhorita Phil, a senhora tem algo importante para fazer pelos próximos 3 dias?
- Bom, eu tinha que compor e gravar uma música para me apresentar em fevereiro. Mas tá né, eu deixo vocês terem mais um pouquinho de mim.
- Ótimo

Kai e Mary viram tudo o que aconteceu e vieram me abraçar.
- Tudo vai ficar bem- diz Mary
- Eu sei garota

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