20. Parque 📚

202 21 0
                                    

Bufei, revirando os olhos e continuando a andar.

— Vai, Elly! Você é a minha melhor amiga e está me rejeitando!

— Não estou te rejeitando. Só disse que não vou em festa com você. Já prometi que não iria em mais nenhuma.

— Você já está melhor em química. Já se esforça e está estudando. Por que não quer ir comigo?

— Não vou me prejudicar.

— O que um dia de festa vai te prejudicar? Vai ser no sábado, amiga! Depois você dorme na minha casa.

— Não sei. Vou pensar, está bem?

— Sempre isso.

Dobro a esquina, continuando a caminhar pela calçada, até que de longe avisto Noah chegando no seu apartamento e parecendo notar que estou vindo na sua direção, me espera, o que acho estranho. Volto a atenção para Nour no telefone.

— Vou pensar, pode ser?

— Tá!

— Tenho que ir agora. Cheguei aqui.

— Tá bom. Vai lá dar um beijinhos no prof...

Desligo a chamada, antes que complete o que ia dizer e guardo o celular no bolso na calça. Dou um sorriso um pouco gentil para meu professor, ainda não esquecendo da arrogância que falou comigo ontem, depois da aula. Eu quero bater nessa sua cara bonita e não é pouco.

— Oi, professor. — cumprimento.

— Oi. — disse um pouco seco, abrindo o portão do prédio, me deixando entrar primeiro.

Detestava a ideia de estar aqui, logo depois de ter dito aquelas coisas pra mim no final da aula. Ele acha que é fácil esquecer o que aconteceu. Se diz isso, acho que deve estar sendo difícil para ele também, assim como Nour disse. E é por isso não caio mais no papo dele, nem no seu beijo, se caso acontecer de novo. Não vou mais me humilhar por ele, que é um completo babaca.

Entramos no seu prédio e andamos em silêncio até o elevador, para subir para seu apartamento. Ficamos em completo silêncio o tempo todo, o que foi constrangedor a maior parte do tempo isso. Deixamos o elevador e fomos até seu apartamento, com o único som entre nós sendo a chave destrancando a porta. Ele entrou por primeiro, depois eu entrei e o vi fechando a porta.

— Vou fazer um café primeiro e já começamos. — disse, partindo para a cozinha.

— Tudo bem. — deixei a mochila em cima do sofá. — Percebi que você gosta bastante de café. — falei, não segurando a língua, por não ter dito nada com ele até agora.

— Sempre gostei. — respondeu, não sendo tão duro como antes, quando nos encontramos na frente do seu prédio.

— Toma outro tipo de café? — puxei assunto, não querendo me sentir desconfortável por estar em silêncio com ele.

— Tomo, mas prefiro esse mesmo. — apontou para a cafeteira, que logo entregaria seu café pronto.

— O único café que eu gosto, que não é café, eu acho, é cappuccino. — digo, me apoiando no balcão da cozinha, vendo—o preparar seu café.

— Gosto de cappuccino. Mas ainda prefiro café. — diz, sendo ainda duro ao responder. Acho que quer se fazer de durão, depois do nosso acontecido na sala de aula.

— O que tem de tão bom em café?

— O gosto.

— O gosto é horrível. — discordo.

— Diz isso porque café não agrada seu paladar. Digo que é bom porque agrada o meu. — retrucou, sendo um pouco debochado e eu fiquei quieta, sabendo que não ia ganhar a discussão.

Meu Querido Professor Babaca ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora