Meu Querido Professor Babaca ⁿᵒᵃⁿʸ

47. Jantar 📚

Estamos no chão da sua sala, em cima do tapete, depois de rolarmos para cá, sem medo de algum de nós cair do sofá, direto para o chão duro. O sol ilumina o ambiente, mas de um jeito fraco, por conta das cortinas, onde tampa a visão para aqui dentro, dos prédios vizinhos.

Deito minha cabeça em seu peito, recebendo um carinho da sua mão nos meus cabelos, de um jeito devagar e bom. Passo o dedo pelo seu abdômen, circulando as leves partes que tem na sua barriga, mostrando seus músculos definidos. Realmente, a academia deu um baita de um resultado.

— Não treinou mais?

— Fui semana passada. Vi sua amiga lá, mas ela não me viu. — ele respondeu, sem parar com seu carinho no meu cabelo. — Não foi mais na academia?

— Parei. Não queria ver você.

— Sua raiva por mim era tão grande assim?

— Talvez. — não digo ao certo. Nem eu sabia o tamanho real da minha raiva com ele. Talvez fosse uma mistura de emoções. — Posso te fazer uma pergunta? — digo, tendo uma curiosidade de repente.

— Claro.

— Por que você sempre foi um babaca comigo? — falei e ergui a cabeça, olhando pra ele, que até então encarava fixo o teto. — Não tô falando de agora, mas sim, desde o primeiro ano, quando você entrou na escola. Você por acaso me odiava? Ou tinha algo contra mim? — pergunto, ficando mais curiosa ainda com o assunto que entrei, querendo saber qual era sua relação comigo no passado.

Ele sempre pegou pesado comigo. Isso não é desde esse ano, mas sim, desde o primeiro ano. Sempre tirei notas baixas na matéria dele, sempre fui mal e nunca conseguia me dar bem. Mas os outros, tinha uma maioria que sempre conseguia ir bem, mesmo não sendo bom aluno. E isso fazia minha raiva por ele aumentar. Por isso sempre o odiei.

— Você não gostava de mim, né? — digo, tendo certeza da minha resposta. Por algum motivo, aquilo me chateia.

— Não, claro que não. — falou, de um jeito suave, parecendo que não queria que eu pensasse aquilo. Ele se virou pra mim, colocando a mão no meu rosto, acariciando minha bochecha. — Eu nunca NÃO gostei de você.

Fico confusa.

— Como assim? Você sempre pegou no meu pé e parecia que gostava de me ver me dando mal na sua matéria, porque acho que sabia que sempre fui boa aluna.

— Não era por causa disso.

— Então era o quê?

— Eu sempre admirei você. — olhou nos meus olhos, de maneira profunda, que até senti um frio percorrer minha barriga. — Desde quando entrei na escola, desde quando eu bati meus olhos em você pela primeira vez, eu fiquei fissurado. — meu coração erra uma batida e eu fico nervosa de repente. — Você era a mais linda da sua sala inteira. Eu tinha acabado de terminar meu namoro da faculdade e assim que eu te olhei pela primeira vez, fiquei encantado por você. Sempre me senti atraído por você.

Sinto meu coração acelerar tão depressa, que fica difícil de processar o que está dizendo e até de respirar.

— Mas então por que me tratava mal? Por que gostava de me ver quebrando a cara da sua matéria?

— Porque eu não podia sentir atração por você. Não podia sentir atração por uma aluna do primeiro ano. Você tinha apenas quinze anos. Era completamente errado. Passei semanas sentindo essa atração por você, te admirando da minha mesa, pensando coisas erradas e me sentia culpado por isso. Meu interesse em você parecia que crescia cada vez mais, quando eu te olhava, com seu jeito meigo e simpático de ser, com seu sorriso alegre, nos seus plenos quinze anos. Eu queria fazer aquela atração passar, então pensei em algo que poderia dar certo.