Hoje era segunda-feira. Sim! Estava um pouco nervosa. Escola nova, amigos novos, pessoas novas. É tudo um pouco complicado.
Mas ainda sim, estava confiante. Eu quero mostrar quem sou de verdade e enfrentar todos os meus medos. Aliás, estava no terceiro ano do ensino médio. O que poderia dar errado?
Quando meu celular despertou, com aquele barulho irritante soando pelos meus ouvidos, eu já sabia que era o momento.
Me levantei apressadamente, com um sorriso cravado no rosto. Fiz a minha higiene matinal e vesti o uniforme.
O tecido do uniforme era de algodão puro. Nas mangas, havia detalhes em tons de azul. A vestimenta combinava com a minha calça preta, justamente apertada em minha cintura.
Me encarei no espelho. Meu cabelo solto, caído sobre os ombros, refletiam delicadeza e cuidado. Meu rosto, singelo e corado, pelo fato de passar a tarde inteira do lado de fora da casa.
Peguei meu celular e chequei o horário, 06:47h. Assim que vi, peguei minha mochila na escrivaninha e desci as escadas até a cozinha.
Sentado á mesa, estava o único menino que poderia estar no celular uma hora dessas.
- Bom dia. - Dei um sorriso amigável. - Animado, irmãozinho?
- Bom dia. - Ele falou levemente irritado. Ele parecia estar concentrado com frequência. - Agora, não me desconcentra.
Revirei os olhos. Peguei algumas frutas em cima da mesa e fatiei cuidadosamente na tábua. Depois, apliquei em uma vasilha delicada.
Me sentei ao lado dele e comecei a comer com a ajuda de um garfo.
Viu o Matteo? - Perguntei interessada. - Não o vi passar.
O garoto me olhou, assim que terminou o que fazia no celular.
- Ele passou por aqui agora pouco, provavelmente, querendo falar com o pai dele.
Assenti com a cabeça, sem muita cerimônia. Eu senti uma vontade de ver o que ele estaria fazendo, e então, assim que terminei, me retirei do assento e caminhei até onde eu ouvia as sua voz.
Ao subir no terceiro andar, consegui ver uma porta no corredor que estava entreaberta. Ali de dentro, eu conseguia ouvir as vozes da minha mãe e do meu padrasto.
Mas o que me deixou perplexa, não foi o fato de perceber que eles estavam conversando, mas sim, estarem em discussão.
As suas vozes ecoaram pelo corredor todo, mas não podia ser ouvido do andares abaixo.
Não conseguia ouvir tanta coisa. Minha mãe tentava aumentar o tom de voz, mas meu padrasto, parecia tentar acalmá-la.
E pensar que eles estavam se dando tão bem. O que teria dado errado?
No exato momento que queria me aproximar, algum dos dois tocou na maçaneta, pois ela torceu para baixo.
Desespero passou por meu corpo. Assim que me virei para a escada, senti uma mão me puxar para o outro corredor. Era Matteo.
O mesmo colocou a mão em minha boca com cuidado, durante o tempo que olhava para mim.
- Você enlouqueceu? - Ele me perguntou, com um sussurro. - Nossos pais iriam embravecer ainda mais.
Retirei a mão dele da minha boca e perguntei com curiosidade.
- O que rolou ali dentro? - Minha expressão era terna. - Não parecia nada legal.
- Não era mesmo. - O mesmo deu um risinho. - Deve ser o dinheiro da empresa do meu pai... nada além disso.
Isso era esquisito. O que minha mãe iria querer com isso? O problema não era dela.
- É melhor a gente ir, não podemos nos atrasar. - Ele me olhou com calma. - Resolvemos isso depois da aula.
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Assim que chegamos à escola, eu me impressionei com tamanho. O guarda-costas que havia deixado nos três ali, continuou seu trajeto pela limosine, saindo de vista.
- Bem, eu vou indo. - Falou meu irmão, antes de fazer uma careta. - O primeiro ano me aguarda com um zero bem redondo.
Antes de ir, eu abri os braços para ele. O mesmo me olhou de novo, fazendo outra careta, dando um suspiro de leve. Ele soltou a mochila na grama e caminhou até mim, me dando um abraço apertado. Ele era apenas quatro anos mais novo que eu, mas já era praticamente do meu tamanho.
- Se um menino quiser implicar com você, não esqueça de me chamar. - Ele deu uma pequena batida em meu ombro, o que me fez rir. - Amo você, irmãzinha.
Abri um sorriso fofo, enquanto bagunçava seu cabelo. Eu mostrava meu amor por ele assim.
Théo começou a se recompor, arrumando o cabelo.
- Deu, chega. - Ele falou se afastando e segurando a mochila novamente. Ele abanou para o Matteo que estava ao nosso lado, só vendo a cena.
Théo não estava mais a minha vista. Isso fez com que meu peito doesse. Eu me preocupava com ele, principalmente em algum lugar novo.
Até que senti a mão do Matteo entorno dos meus ombros. Talvez ele tenha percebido meu olhar fixo em um ponto da vista.
- Tá tudo bem. - Ele acrescentou. - Vou te mostrar o caminho.
Respirei fundo e sorri orgulhosa, deixando de lado o medo. Fizemos o percurso até a porta, parando ali em frente do local. Dentro do instituto escolar, meus olhos deram de cara com a quantidade de adolescentes do primeiro ano do ensino médio até o terceiro.
Matteo olhou para mim, rindo da minha reação. Ele me levou até a nossa sala. O lugar tinha aparência de limpeza cheiro de desinfetante. O chão brilhava tanto quanto os raios solares.
Assim que Matteo abriu a porta, dei de cara com o Ethan, que sorria suavemente.
- Amélia! - O mesmo sorriu. - Que surpresa te ver aqui!
- Oi. - Falei animada.
Assim que olhei para o fundo da sala, percebi que uma das minhas amigas estudava aqui, mas nem acreditava que era na minha sala.
- Elsie! - Chamei seu nome com alegria. - Quanto tempo!
A mesma virou a cabeça para me encarar. Ela parecia extremamente feliz. Ela correu para me abraçar com força, dando um beijo em minha bochecha.
- Amy. - Seu coração batia rápido. - Estava com saudades.
Sorrimos uma para a outra. Matteo me olhou um pouco confuso e Ethan ignorou, não pude deixar de me alegrar. Elsie olhou para mim e depois para eles.
- Vou te explicar tudo. - Falei dando o melhor sorriso que já tinha dado até agora. Mesmo que minha vida esteja de cabeça para baixo, eu estava tão feliz em ver a minha amiga de infância ali.
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A VIDA DE DOIS MEIOS-IRMÃOS
FanficAmélia é uma garota extremamente engraçada e gentil, com um instinto de curiosidade e inteligência. Matteo é um garoto que gosta da adrenalina da vida e dos jogos, sempre pretendendo encontrar as verdades sobre o que dizem. No início, os dois não se...