☆•.¸★PERCEBER★⡀.•☆

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Todos residiam calma quando o professor de química entrou dentro da sala. A sala inteira se envolveu para seus lugares próximos. Por coincidência, o professor me deixou sentada uma mesa atrás da de Andrew.

- Apresente-se. - O professor tinha uma expressão rígida. Aquilo não era uma opção, era especificamente uma ordem. - Agora.

Me levantei da cadeira, caminhando até a frente da sala. O lugar era semelhante à uma universidade.

- Meu nome é Amélia e tenho dezoito anos. - Voltei ao meu lugar, não havia mais nada para expressar.

Assim que sentei, Andrew se virou para mim, comentando um sussurro.

- Mandou bem, Amélia. - Ele abriu um sorriso aberto, enquanto olhava para um lápis. - Você foi mais direta.

- Eu sei. - Assenti. - Mas obrigada.

Revirei os olhos quando o mesmo se virou em direção ao professor. Que aula chata.

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O sinal soou desagradávelmente, retumbante em meus ouvidos. A maioria dos alunos correram para fora das salas, indo em direção ao pátio.

Sem nem perceber, Elsie pegou meu braço, me puxando até ela.

- Vem, vou te mostrar o lado de fora. - Ao sair da sala, começamos a cruzar pelos corredores. Passamos pela porta da secretaria, diretoria, enfermaria e entre outras.

Ela abriu a última porta com cuidado, levando a bela vista na parte de trás do lugar, onde adolescentes se relacionavam entre si.

Aos poucos, já estávamos na cantina. Lá estava o Théo... Com uma menina?

- Amélia... eu conheço essa cara. - Elsie me olhou. - Théo tem quinze anos... Deixa ele ser feliz.

- Eu preciso conhecer quem é ela primeiro, não sei nem quem é. - Falei séria. - Aliás, hoje é o primeiro dia.

Ao virar para trás, eu consigo bater exatamente na cabeça de Andrew, que segurava meus ombros.

- Não foi a intenção. - Ele deu um riso curto. - Foi mal.

- Tá. - Falei sem muita enrolação. Até que eu percebi que o mesmo caminhou em direção a garota que estava com Théo.

- Não estou entendendo é nada. - Elsie colocou a mão em meu ombro, me puxando até ali.

A garota me olhou e eu olhei para Théo. Andrew passou a mão pelas mechas de cabelo escuras e indagou.

- Seu irmão é amigo da minha irmã. - Ele riu, um suave tom sarcástico. - Essa aqui é Ellie.

Agora fazia sentido. Olhei para Awdren e Ellie, alguns traços semelhantes, tendo uma constante feição.

Cumprimentei a garota, que abriu um sorriso para mim. Théo me olhava friamente, como se os olhos dissessem: "Pode sair? Estou ocupado."

Elsie, Matteo e Ethan estavam logo atrás de nós. O garoto de cabelos castanhos se aproximou de mim.

- Quer alguma coisa, Amélia? - Matteo olhou para mim. Havia dinheiro em sua carteira.

- Não precisa. - Indaguei, sorrindo. - obrigada.

Ao sair da cantina. Percebi que os três garotos caminhavam até a quadra de futebol. Eu e Elsie ficamos mexendo no celular, durante o tempo que conversávamos e avistamos eles jogarem entre eles.

- Por que o Andrew não se enturma tão facilmente? - Falei como um sussurro, somente para Elsie.

Ela me olhou confusa, mas me respondeu com serenidade.

- Andrew sempre foi um garoto muito fechado, a gente nunca entendeu o por quê. - Ela deu de ombros. - Todo mundo pensa que ele é problemático. Até mesmo para o Matteo, que são amigos à tanto tempo, ele não fala nada.

Suspirei ao olhar para ele, jogando com seus amigos.

- Eu acho que ele nunca se abriu com ninguém. - Continuou Elsie. - Mas quem sabe o que pode acontecer?

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Já era o começo de uma breve aula de matemática, e por conduta do professor, a partir da sua decisão, haveria duplas.

A sala ficava tensa nesse instante. Era fácil de entender que muitos coincidem suas relações mais próximas, mas para o homem, a aula deveria ser uma conduta de grupos e conhecimento. Ou seja, se relacionar com pessoas novas.

E por esse motivo, eu detestava a matemática do terceiro ano do ensino médio. Eu ficaria horas pensando em uma questão, para tentar resolver.

Eu estava pensando tão fundo, que só fui reparar quando o professor disse para Andrew se acomodar no assento ao meu lado, depois de alguns segundos.

- Que legal. - Indaguei como se fosse algo incrível, ironicamente. - Pelo menos, duas cabeças pensam melhor que uma.

- Sabe, eu não sou tão ruim em matemática. - Me virei para ele, percebendo sua expressão serena e valorosa. - Você deve ser melhor.

- Eu sou péssima em matemática. - O mesmo se virou dando um riso. - Eu vou me esforçar, ok?

- Não me importo de só passar as respostas. - Confirmou sossegado. - Você é uma garota legal.

Mesmo sabendo que ele tivesse características mais na calmaria, ele parecia como um buraco sem fundo. Sentimento transbordando em seu peito como se ele quisesse soltar para fora, mas algo lá dentro, impediria. Era o que eu pensava toda vez que avistava ele... Ele precisaria de quem contar.

O professor passou as páginas no quadro, era um turbilhão de explicações. As páginas pareciam cada vez mais complicadas, meu cérebro não conseguia processar nada. Droga.

Para completar a situação, a dupla teria de ocorrer as situações juntamente em suas casas.

- Pode ser na minha casa. - Falei sem expressar. - Se quiser levar sua irmã...

- Ótimo. - Os lábios se curvaram em um sorriso pequeno. - Te vejo a tarde.

Em poucos segundos, ele pegou a mochila e acenou para mim. Seus passos permanecem realçados sobre o chão escuro e sem vida, desaparecendo pela porta.

Me levantei da classe e corri até o Matteo que estava no canto da sala com Elsie, eles eram a outra dupla.

- Temos que ir. - Matteo olhou para mim. - A limosine está esperando.

O tom de voz de Matteo estava mais sólido e duro. É impressão minha, ou ele parecia com ciúmes?

Assim que a limosine chegou, caminhamos um ao lado do outro, aguardando Théo.

- Onde ele se meteu? - Saiu como um sussurro, para mim mesma.

Ao me concentrar atrás de minha vista, reparei que ele se aproximava com um sorriso no rosto.

- Quem convidou a Ellie para ir lá em casa? - A felicidade parecia ativa em seu corpo.

- Por que essa animação toda? - Cruzei os braços, a expressão neutra. - Fui eu, ok? Andrew precisa fazer o trabalho comigo.

Matteo pareceu revirar os olhos. Só de perceber isso, eu mesma revirei os olhos dentro da minha mente.

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A VIDA DE DOIS MEIOS-IRMÃOS Onde histórias criam vida. Descubra agora