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Mais um dia normal na mansão do russo Vladimir Makarov, vários seguranças fazendo suas rondas por cada canto do lugar, o jardineiro cuidando das plantas, as empregadas limpando os cômodos e a cozinheira preparando o almoço dos funcionários e do seu chefe que estava no escritório.

A jovem Byanca Trajano estava na cozinha ajudando a velha cozinheira da casa (Лилия) Lilia. Dona Lilia era a única pessoa em que Allan confiava para tomar conta de sua filha enquanto ele estivesse fora.

Dona Lilia ajudou na criação de Byanca quando ela chegou na mansão, ela também ajudou a criar Makarov que hoje em dia é o seu patrão, e é por isso que tanto o russo como a jovem brasileira, sente um carinho enorme pela cozinheira.

— Sinceramente, eu não sei o que preparar para o almoço. O patrão não disse o que queria comer— Disse a cozinheira enquanto olhava o livro de receitas.

Byanca se aproxima e começa a olhar o livro junto com dona Lilia.

— Já que ele não disse o que queria comer. Podemos preparar um prato brasileiro?— Byanca sugeriu.

— Eu nunca comi comida brasileira, é uma boa ideia—  A mulher concorda.

— Então está decidido! Vamos preparar feijão tropeiro, é uma delícia!— Byanca vai até o armário e começa a pegar as panelas que ia precisar.

E assim ambas começam a trabalhar. Byanca e Lilia deram o máximo para conseguir preparar o prato brasileiro.

Algumas horas se passam, o russo já estava sentado em sua enorme mesa aguardando sua comida ser servida. Ele sempre comeu sozinho em sua sala de jantar porque não gostava de ser incomodado.

Dona Lilia apareceu com a comida pronta e se aproximou da mesa para servir o homem.

Makarov que estava sentado, ergue a cabeça para olhar o que tinha dentro da panela mas dona Lilia colocou seu braço na frente impedindo a visão dele.

— Esse cheiro é novo— Ele diz enquanto observa a cozinheira colocando a comida em seu prato.

A cozinheira não respondeu, apenas colocou a comida no prato e depois se afastou do russo.

— Com licença, senhor— A mulher se retirou imediatamente da sala de jantar.

Makarov olha para o prato e faz uma expressão de quem não estava gostando nem um pouco da aparência da comida apesar do cheiro estar bom.

— Que porra é essa?— Ele pega o garfo e fica mexendo na comida para ver do que se tratava.

Makarov tomou coragem e finalmente comeu o feijão tropeiro, ele ficou mastigando com uma péssima expressão no rosto.

— Lilia, vem aqui agora!— Ele gritou.

Lilia atendeu o chamado de Makarov e viu que ele já estava irritado.

— Precisa de alguma coisa, senhor?— Ela pergunta mesmo sabendo que ele ia reclamar de alguma coisa.

— Foi você que fez essa comida?— Ele questionou.

— Sim, senhor— Lilia engole seco.

Makarov riu de maneira sarcástica e passou a língua entre os dentes.

— Você tem muita coragem de mentir para mim. Eu sei muito bem quando é você que prepara a comida sozinha!— Disse o russo dando um forte tapa na mesa fazendo os objetos tremer.

Como Vladimir Makarov tinha muito respeito por Lilia, ele apenas se levantou da mesa e pediu para a mulher retirar tudo que estava na mesa.

— O que o senhor vai fazer?— Ela pergunta preocupada.

— Onde está a Trajano?— Ele diz.

— Ela está no quarto dela. Senhor, não vai fazer...

Makarov nem deixou Lilia terminar de falar, ele apenas saiu da sala de jantar e foi para o andar de cima da mansão procurar pela menina. Não era que a comida estivesse ruim, o problema do Makarov era que ele só gostava de quando a Lilia preparava tudo.

Byanca que estava em seu quarto deitada enquanto escutava o álbum Kiss Land- The weeknd, não percebeu que o russo havia entrado no cômodo sem bater na porta.

A garota sentiu seu fone de ouvido sendo tirado, ela abriu os olhos e se assusta com a presença do homem.

— Quantas vezes eu tenho que falar pra você não atrapalhar o trabalho da Lilia?— Makarov segura nos braços da garota e faz ela ficar sentada na cama.

— Atrapalhado? Mas eu só ajudei ela!— A garota responde tentando se soltar das mãos dele.

— É mesmo que cagar e não lavar a bunda, garota! Coloca uma coisa nessa sua cabeça, somente a Lilia pode fazer o meu jantar, entendeu?— Ele diz de maneira séria.

Byanca só não rebateu essa atitude do Makarov, porque ela foi interrompida pela secretária particular do russo.

— Desculpa incomodar, senhor. É que o Pavel está lhe esperando na sala— A garota avisa com um certo medo ao ver que o clima no quarto não era dos melhores.

— Diz pra ele que eu já estou descendo!— Makarov ordena sem olhar para a mulher que estava na porta do quarto.

— Claro, senhor!— Elizabeth assentiu com a cabeça e se retirou do lugar.

Makarov usou sua mão direita e segurou firme o rosto de Byanca que olhava com muita raiva para ele.

— Essa é a última vez que falo com você sobre isso. O seu lugar é aqui na porra desse quarto, sua puta!— Ele solta o rosto da garota e se afasta assim saindo do quarto.

Assim que Makarov se virou de costas, Byanca mostra o dedo do meio para ele. Infelizmente ela quase não tinha liberdade pra fazer o que queria, quando o pai de Vladimir morreu e ele se tornou dono de tudo, as coisas só foram piorando, o pai dela agora trabalha mais, se arrisca mais pra ter que salvar a pele do russo, as vezes Byanca se sente culpada por ver a vida que o pai leva, pois ela sabe que se a mãe dela estivesse viva, o pai não ia ter que trabalhar para um criminoso como Makarov.

Herança Sombria | Vladimir Makarov Onde histórias criam vida. Descubra agora