No morro da Rocinha

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Hoje já é sábado e como combinado a Jaque vai ir ver a casa comigo.

Agora são 7:34 da manhã e eu acordei bem cedinho por vários motivos. Primeiro, estou animada para ela ver a casa, segundo, vamos tirar as medidas para comprar os móveis, terceiro, vou estar realizando um sonho que eu sempre tive, que era ter o meu próprio canto e morar sozinha.

Levando da cama já deixando arrumada e pego uma roupa e vou direto para o banheiro tomar meu banho e fazer minhas necessidades básicas né, more.

Coloco um corse azul, tipo um cropped e um short jeans curto, não sei explicar a cor direito e uma bolsa prateada.

Volto para o meu quarto e passo um perfume, desodorante e ajeito o meu cabelo deixando ele solto.

Fico na sala esperando a Jaque que logo aparece toda chique, usando uma calça de alfaiataria preta com uma blusa branca e uma bolsa grande bege e um saltinho na cor bege também.

Liz: Nossa, que lindaaa.

Jaque: Obrigada meu amor, você está um arraso também. - Ela vai até a cozinha e pega a chave do carro. - Vamos?

Concordo com ela e vamos até o elevador e ficamos conversando sobre eu já ter algo em mente do que eu quero comprar. Chegamos na garagem e logo entramos na BMW com bancos de couro e vidro blindado, para a segurando dela e da Sol.

Jaque: Será que vão deixar eu passar com o carro?

Liz: Se o cara que tiver lá, é um que tem implicância comigo, vai ser difícil, mas provavelmente que sim.

Ela ligou o rápido e fomos o caminho escutando música e cantando.

Às vezes eu acho que Deus faz as coisas acontecerem tudo do jeito dele mesmo, se fosse tempos atrás, certeza que hoje eu não estaria aqui com a Jaque, porque nem trabalhar cuidando de uma criança eu queria, mas ainda bem que eu aceitei.

Eu cresci em berço cristão, meus pais eram da bagunça antes mesmo de saberem que seriam pais pela primeira vez, mas como minha mãe bebia e fumava muito, ela acabou descobrindo minha gravidez com um sangramento que quase fez ela me perder, então depois disso eles prometeram um pro outro que iriam parar com essa vida e seguir o caminho de Deus se ele me fizesse nascer bem e com vida. Não vou negar que eu amava ir para a igreja, cantar com as crianças no louvor e dançar para cristo lá na frente, mas com o tempo eu acabei me desanimando muito, porque eu queria ficar em uma igreja e minha mãe queria que eu ficasse na dela, que era aquelas igrejas da assembléia de Deus, não podia usar certo tipo de roupa, maquiagem ou brincos, então acabei me esfriando muito espiritual, me desviei da igreja e agora essa sou eu, uma menina que adora curtir uma balada, beber, beijar na boca e eu amo mais ainda fazer tatuagens. Eu tenho umas cinco tatuagens e os meus piercings na boca, nariz e um na bochecha.

Se um dia eu sentir à vontade de voltar para a igreja, com certeza é porque Deus quer algo comigo.

Logo saio dos meus pensamentos quando Jaque me chama.

Jaque: Abre o seu vidro e liga a luz aí, para eles verem a sua cara, já estamos chegando.

Faço o que ela falou e logo quando estamos chegando perto alguns meninos já mandam a gente parar o carro e apontam os armas na nossa direção.

Fico com medo de algo acontecer.

Xx: Quem são vocês?

Jaque: Boa tarde, eu me chamo Jaqueline e estou aqui com a minha irmã, que se chama Liz .

Xx: Ata pô, tô ligado nessa loira já. O que vocês querem aqui?

Liz: Eu vim para falar com a Morte.

Xx: Ja é, espera ae.

Ele sai de perto e fala no radinho que estava na cintura dele, deve ser com a Morte que ele tá falando.

Xx: Chefe liberou, só seguir o japa ali, ele vai levar vocês até o boca que o Morte está, mas vai ter um caminho que vocês teram que deixar o carro.

Jaque: Tá bom, obrigada.

Xx: Tamo junto doutora.

Seguimos o tal do japa até chegar onde tivemos que deixar o carro e continuar a pé.

Estão gostando gente? eu tinha escrito essa história a um tempinho, mas com o tempo eu tinha deixado para lá, por conta da minha situação em que eu estava vivendo.

Espero que gostem, faço com carinho, pois é um jeito de desligar minha mente dos problemas da minha vida pessoal.