Jaque saiu para reclamar com o supervisor geral do hospital e ele disse que uma atitude dessas não iria se repetir novamente. O médico já veio aqui e atendeu a Sol do jeito que devia ser feito.
Já está bem tarde, eu queria dormir aqui para deixar a Jaque mais tranquila e ela poder dormir em casa melhor, mas ela não quis, eu entendo o lado dela, quer ficar com a filha.
O pai não veio hoje, do jeito que ele é acho até difícil né.
Liz: Eu vou indo então, o morro está em toque de recolher, preciso chegar antes das oito horas.
Jaque: Dorme lá em casa, não vai para lá não, eu fico preocupada.
Liz: Não se preocupe, eu vou ficar bem. Seu foco agora é outro. - Falo apontando com a cabeça para a Sol.
Dou um abraço nela e nos despedimos.
Saio da sala e entro no elevador já chamando um uber. Acabei nem vendo o motorista ou o nome, vi só a placa e quando desci mostrava que ele já estava perto.
Fico na porta do hospital e logo vejo a placa do carro e vou andando até o carro. Carro bonito, parece ser novo.
Entro dentro do carro e dou um boa noite e fico sentada mexendo no celular de cabeça baixa.
XX: Liz?
Reconheço essa voz, levanto o rosto e vejo que era meu pai. Droga!
Liz: Não tinha visto que era você, abre a porta, vou sair.
Pai: Calma, não vou fazer nada com você.
Liz: Me deixa sair, por favor!
Pai: Filha, fica calma. Vou te levar até o endereço que está aqui e vou seguir meu caminho, fica tranquila.
Não respondo ele e apenas deixo ele seguir o caminho que está mostrando no aplicativo. Ficamos em silêncio .
Meu, que loucura. Sonhei com o cara e agora estou aqui com ele, que mundo doido.
Pai: Então filha, como você está? - Não respondi - Está precisando de ajuda financeiramente? Se tiver pode falar comigo. Sua irmã está fazendo uma novela, deve sair só ano que vem, e já estamos ganhando bem, olha o carro que consegui comprar.
Apenas reviro os olhos e continuo calada, não quero assunto.
Pai: Você não quer falar comigo?
Liz: Acho que isso já está óbvio né!
Ele fica em silêncio. Vejo que já são sete e trinta e quatro, no aplicativo mostra que vamos chegar às oito e oito, por causa do trânsito.
Espero que chegue antes né. Não queria ter que falar com ele, mas vou ter que falar.
Liz: Se o senhor puder dirigir um pouco mais rápido eu agradeço, estou com pressa.
Ele balança a cabeça em afirmação e acelera mais um pouco.
Pai: É aqui que você mora agora minha filha?
Apenas saio do carro e vou embora. Ele chegou faltando cinco pras oito.
Vou correndo e passo dando boa noite para os meninos que estão na entrada do morro e começo a correr, tenho medo de algo acontecer né.
Já estava passando mal de tanto correr. Olho para o celular e vejo que agora falta um minuto. Merda, não vai dar tempo.
Escuto um barulho de moto vindo e continuo correndo mais rápido ainda.
Xx: Sobe aí, se não vai dar ruim pra tu.
Olho para ver quem era e era o Lucas.
Ele vai rápido até chegar no portão da minha casa.
Liz: Obrigada Lucas, valeu mesmo.
Lc: De nada, agora entra logo.
Ele fala isso e entro para dentro de casa e tranco a porta.
Vejo minhas mãos e percebo que estava me tremendo todinha, que medo eu fiquei. Ainda bem que era ele, pior seria se fosse outra pessoa.
Mando uma mensagem avisando para a Jaque que cheguei e que o uber que peguei era meu pai. Ela mandou um áudio rindo da minha cara, que ódio. Acabo rindo junto também.
VOCÊ ESTÁ LENDO
No morro da Rocinha
Teen FictionEla apenas quis ir curtir uma noite no baile com sua amiga, porém tudo deu errado. Ela briga com seus pais e decide sair de casa para viver sua própria vida. Liz aos 20 anos irá enfrentar muita coisa ainda, mas quando ela conhece o dono do morro e c...