Ato IV: De Rye a Birmingham

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⚠️Aviso⚠️
Este capítulo contém cenas que podem causar gatilho em certa audiência (Gaslight, vício em drogas, manipulação psicológica).

Se esse tipo de leitura não é pra você, a hora de deixar a obra pra lá é agora... aviso dado, siga por sua conta e risco.

~Rey Williams.

— O seu chá está pronto — murmurou Cassidy. — Também comprei aqueles biscoitos ruins que você gosta. Os que tem gosto de isopor com sal.

Elliot gemeu.

— Sua psicopatia sempre foi tão gritante assim, Caleb? Ou começou a crescer depois que você bateu a cabeça? Estou começando a achar que deveria me preocupar com a minha segurança.— Resmungou Elliot, se jogando dramaticamente no sofá.

Cassidy mordeu o lábio inferior e fechou seus olhos por um bom tempo.

— Não me chame assim. Você sabe que eu odeio esse nome! — Repreendeu. Seu tom de voz ficara mais agressivo. — Sabe que esse é um nome morto.

Elliot não cedeu como Cassidy esperava que ele fizesse.

— Então não me persiga como um cão de caça segue a uma presa, porra! — Grunhiu. — Como você sempre sabe onde eu estou?! Isso é ridículo! Eu não te disse onde eu estaria, Cassidy, como você só saber onde eu estou?! Você tá me espionando pelo telefone, é isso?! O que você faz pra estar na frente até do meu tutor?!

Cassidy jogou a chaleira de metal na pia fazendo um ruído alto; pousou as mãos no bolso e assumiu um silêncio pesado e incômodo, apagando de seu rosto a expressão doce de mais cedo, encarando o moço com fogo nos olhos.

Elliot acertou a ferida dele. E acertou de propósito.

— Você é instável, Elliot... Vai entender por que eu grampeei seu telefone quando chegar a hora. — respondeu friamente. — Olha... Vem cá. Você e aqueles moleques, eu sei o que você tá fazendo. Eles estavam te olhando de um carro. De uma forma... suspeita, e...

Elliot jogou seu celular no chão imediatamente, num impulso só. O aparelho se espatifou em milhões de pedaços de vidro e plástico contra o assoalho de madeira da casa que Elliot alugara.

— Que bela bosta. Parabéns pra você, psicopata de merda. — Ele cruza seus braços, irritado.

Cassidy pela primeira vez em meses está se sentindo incômodo e duro, com um nó em sua garganta.

— Você quer algo com eles, não é? — Perguntou, com seu tom de voz já muito impaciente. — Ir em bibliotecas, falar demais, ficar por mais tempo do que o funeral,  tudo isso é pra lá de suspeito. Você quer algo com eles e não me diz o que é. Elliot, você é muito burro...

Foi a vez de Elliot se calar e gaguejar uma defesa, mas ele não conseguiu formular nenhuma palavra inteira.

— Sem contra-argumento, não é? — afirma Cassidy com um sorriso vitorioso. — Você deixa seu jogo óbvio demais. O que te fez mudar de ideia? Ah, espera... você quer tirar satisfação com eles, não quer?

Elliot grunhiu de raiva.

— Vá tomar no cu, você e essa psicopatia estúpida que você tem!

— Você quer algo de mim; ficou arisco do nada, seu mecanismo de defesa é muito óbvio. Você quer algo que sua moral não te deixa dizer, mas já que eu estou na merda, você quer que eu suje as mãos minhas mãos por você.

Nenhum dos dois diz nada por um longo tempo. Elliot ainda está tentando falar algo,  da para ver pelos espasmos que o corpo dele dá.

— U-Uuh... enfia esse seu prêmio Nobel de Medicina no meio das pernas! Você não é tudo isso! — Disse Elliot, por fim. — Seu filho da puta classudo elitista de merda!

O diário esquecido de Artemis Onde histórias criam vida. Descubra agora