ℂ𝕠𝕟𝕥𝕣𝕒𝕥𝕠 (𝕚𝕟)𝕔𝕠𝕟𝕧𝕖𝕟𝕚𝕖𝕟𝕥𝕖 - 𝕁𝕚𝕜𝕠𝕠𝕜 [♦️]

♦️SEVENTEEN♦️

#eletemdualidade

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Park Jimin

Sentado na cama do hotel — que havia alugado para passar aquela noite após partir —, cercado pelos meus amigos em um círculo perfeito, o silêncio era quebrado apenas pelos meus fungados e choro baixo.

Mas, estando naquela situação por mais tempo do que eu poderia suportar, Hoseok finalmente decidiu falar:

― Não é o certo a perguntar, mas... Como você tá?

Funguei mais uma vez, passando o dorso da mão sobre o nariz.

― Com raiva.

Falei simplesmente.

― Não é para menos, né? Eu também estaria se alguém fizesse isso comigo...

Namjoon comentou, mas não o deixei continuar.

― Não estou com raiva dele, mas de mim.

― Como assim?

Jin perguntou, colocando a mão sobre meu joelho em um gesto de conforto.

― Por ter me permitido sentir tudo isso. Eu sabia que isso não acabaria bem, comentei com vocês sobre isso. Eu não deveria ter deixado que isso se prolongasse.

― Sendo sincero, Jimin, acho que você nem percebeu quando começou a gostar dele. Quando notou, já era tarde.

Taemin comentou, também acariciando meu joelho.

― Não é tarde, Tae. Eu vou superar isso, você vai ver.

Outro silêncio se instalou, mas foi quebrado novamente por J-Hope.

― Mas nós, como grandes amigos que somos, percebemos. Só que não fomos grandes amigos o suficiente para impedir que você fosse em frente. A verdade é que você parecia tão feliz que estragar isso seria como esfaquear a si mesmo nas costas.

Ele falou de cabeça baixa. Ele era o que mais se culpava, porque foi quem mais apoiou eu e Jungkook.

― Não fala assim, Jung. Vocês sempre buscaram o meu bem, e me ver aparentemente feliz com Jungkook fez com que vocês não agissem, e eu não os culpo por isso.

― Como foi ir embora? Como ele reagiu?

Respirei fundo ao lembrar dos meus últimos momentos com Jungkook.

― Ele tentou me convencer a ficar, disse que não havia perdão pelo que fez, mas que poderíamos tentar. ― Enquanto falava, lembrei do envelope que ele me entregou. ― Ah! Lembrei de algo.

Levantei da cama e fui até minha mala, pegando o envelope e voltando para a posição de antes.

― O que é isso?

Jin perguntou ao ver o envelope em minhas mãos.

― Ele me deu e pediu para eu abrir só quando chegasse aqui.

Com um frio inexplicável na barriga, desenrolei a pequena cordinha que mantinha o envelope fechado e puxei alguns papéis de dentro.

Era um contrato de compra e venda de uma casa, e estava no meu nome.

― É um contrato de compra e venda de uma casa. ― Comentei. ― Foi o Jungkook quem comprou, mas passou para o meu nome.

Fui para a próxima folha, onde detalhava como a negociação havia sido feita. Estava tudo dentro da legalidade.

Mas, ao chegar no próximo papel, meu choque foi ainda maior.

Era a casa dos meus sonhos.

Não consegui evitar as lágrimas que começaram a escorrer desenfreadas.