Memórias de um GP

Prefácio

Caros leitores, 

Meus vinte anos de prostituição me renderam um bom networking. Transei com pelo menos uma dúzia de artistas cujo contato poderia tentar acionar para indicar a viabilidade da publicação deste livro. 

No entanto, nunca consegui enviá-lo a ninguém, mesmo com a promessa de leitura de um ou outro. Não sei o que me impediu realmente. Senti que fornecer estas páginas a um cliente, do presente ou do passado, seria entregar gratuitamente muito de mim. E eu sempre soube cobrar bem pelo que dou. 

Outra razão que me impediu buscar a leitura de um amigo é que o livro está incompleto. Minha escrita travou. 

Ontem, enquanto um cliente tentava engolir todo o meu pau em sua garganta, percebi o problema: sou um garoto de programa. 

Minha interação com meu público sempre foi instantânea. Eu estou habituado a atendimentos personalizados, no máximo recebo casais, que são minoria. A tarefa de escritor é muito diferente. Eu não tenho como saber se este texto é ideal ou não, se a sequência de acontecimentos está correta, porque a leitura tem essa coisa estranha.  O texto só vai lhe encontrar muito tempo depois de feito. 

Em uma sessão de programa, não. Se eu estivesse fodendo com você, pelo seu olhar, pela direção de seu corpo, de sua buceta ou de seu pau, de seu rabo, eu saberia se lhe daria uma chupada, se meteria o dedo ou enfiaria o meu pau – parte ou todo. 

Mas eu sou inexperiente aqui e espero que você se mantenha com curiosidade caso alguma parte não lhe agrade. Mais que isso, espero que você comente sobre a minha escrita e me ajude a retomar as minhas memórias. Por isso este canal me pareceu tão caro, porque permite que eu me aproxime de meu público. 

Acho que já falei demais. Minha ideia é lançar um capítulo de meu livro a cada domingo. Meu desejo: que você tenha prazer, de todas as formas, ao ler minhas memórias. 

Boa leitura.