Cinema

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Eu entendo que gravar você foi ridículo.
Eu sei que colorir a cena das memórias com minhas cores favoritas,
Relatar minhas dores em um feliz monólogo,
E cavar o estúdio em busca de ruínas, foi o mesmo que um ator desesperado por drama.
Eu tinha te enterrado. Te colocado no fundo da mente (e na porta do coração).
Eu te tranquei com chaves, (frágeis infelizmente) pra que você não viesse a tona de novo.
Te enrolei com amarras de papel,
E te afoguei ao redor de coletes salva vidas.
Pensar em você pra ter uma inspiração, foi o pior enredo que um roteirista poderia fazer.
Te colocar no lugar de protagonista adolescente enquanto eu era o coadjuvante fadado a morte no terceiro episódio, foi a pior crueldade do cinema.

Parece que faço de propósito
- Estou criando minha própria dor.

E agora, ouvindo nossa música,
Desejando não ter apagado tudo e ouvir sua voz de novo,
Sentir seu cheiro me esquentar o coração
E ler só mais uma confissão.
Sentindo meus ossos queimando por você e ouvindo minha razão caindo de precipícios,
Parei de te amaldiçoar,
De buscar um porque em uma porta que já se fechou na minha cara a tempos.

- Sinto tanto a sua falta que cogitaria até te amar de novo.

Minha mente é tão frágil por você que quer destruir o resto do meu corpo.
E sabendo de tudo isso,

- é o fim do teatro.

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Não achei nenhuma música que combinasse o suficiente com esse texto, por isso o deixei sem.
Comentem oq estão achando♡
(Críticas construtivas são bem vindas).

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