15 de Fevereiro de 1993

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"Os sonhos imaginativos de minha infância eram reais,mas não reis de
uma forma fantasiosa,não era
um mundo perfeito,longe disso,ele era
real de fato,com problemas.
Um mundo cheio de encantos mas
nunca encantador"

Eu acordei a quela manhã empolgada, assim como um certo gato laranja de desenho animada,eu,normalmente, odiava segunda-feiras,porém,eu não odiei aquela segunda-feira,mesmo que,no fundo de meu peito,eu sentisse um certo receio,e para mim isso não era nada,era uma pessoa muito intuitiva,que escutava muito a voz de minha intuição,mas minha empolgação era maior que minha intuição.
Me levantei e começei a me arrumar para ir a estação escondida no centro,eu sabia sobre essa estação pela segunda carta que recebi de Castelo Bruxo logo depois que Gabriella entregará a minha carta aceitando a vaga,pessoalmente,a escola.
Eu me perguntava se teria de atravessar alguma parede novamente.

Ao sair do banheiro com meu cabelo envolto na toalha,vi o sol batendo na janela da sala,me perguntava se o clima mudaria muito durante o dia, quando se mora em São Paulo é preciso se adaptar a todo e qualquer clima.

O cheiro de café se espalhava por toda a casa,o sinal de que mais uma manhã tinha começado,fui para o corredor que chamávamos de cozinha.

--- Bom dia pai.

Falei para o outro que carregava uma xícara bege.

--- Bom dia Anna,essa camisa não é minha?

Ele perguntou apontando para a camiseta que usava,uma camiseta preta.

--- Bom,se for porque estava no meu armário?
--- Eu não faço a mínima ideia.

Ele bebericou o café na xícara enguanto eu lavava alguns morangos para comer com leite condensado.

--- O senhor não se importa que use, né?Ficou ótima em mim,e é incrivelmente confortável.
--- Não,não me importo filha. Agora, mudando de assunto,hoje você vai pra Castelo Bruxo,como se sente?
--- Acho que a primeira vez que eu não bateria numa segunda,se ela fosse humana.

Meu pai riu.

--- Bem,ao contrário de você,eu ainda bateria nela. Sou professor,é a profissão que escolhi,mas odeio dar aulas,faz sentido?

Desta vez,eu ri.

--- Eu lamento pai.

Ele riu e colocou a xícara vazia pra lavar.
Olhei para o relógio na parede.

--- O senhor tem que ir agora ou vai perder o ônibus.

Ele olhou para relógio.

--- É,você está certa.

Meu pai caminhou para o sala e,pegou um casaco,uma mala e livro que,provavelmente,tentaria ler no ônibus.

--- A que horas a Gabriella vem?

Gabriella me levaria para a estação.

--- Perto das onze.
--- Ok,boa sorte filha e,se você não me mandar cartas a cada duas semanas,pelo menos,vai estar muito encrencada mocinha.

Ri enguanto ele abria a porta.

--- Eu vou mandar pai,não se preocupe.

Meu pai sorriu.

--- Tchau filhota.
--- Tchau pai.

Meu pai sorriu e saíu.

Eu cortei os morangos, coloquei num copo com leite condensado e me sentei no sofá,o jornal novamente falava sobre Cassandra,ela continuava foragida,me preocupei,mas respirei fundo,eu deveria confiar no Mistério, mesmo que não entendesse muito bem qual era a função desse ministério,eu dizia isso para mim.
Para ficar calma e confiar no ministério.

Anna Coraline E O Segredo De Castelo Bruxo Onde histórias criam vida. Descubra agora