Capítulo 8.

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TW: relacionamento abusivo, manipulação, agressão

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8 de agosto de 2015

Minho não se considerava uma pessoa sortuda, ele sempre acabava se envolvendo em confusões mesmo que não tivesse nenhuma relação com elas, sempre tropeçava nas pessoas que andavam em sua frente, sempre deixava a comida queimar ou passar do ponto, ele sempre chamava atenção quando sua intenção era passar o mais despercebido possível.

Tudo que ele queria fazer era comer uma boa refeição antes de voltar para casa, mas agora estava sendo escoltado pelo dono brutamontes do restaurante com a acusação de ser a mesma pessoa que tinha furtado o restaurante no mês anterior.

- Por que eu voltaria aqui se eu tivesse roubado alguma coisa?! Eu tenho certeza que um ladrão não seria tão burro ass- AI! Senhor, tá machucando, porra.

Ele fala raivoso tentando se livrar do aperto do homem em seu braço.

- Sua mãe não te deu atenção em casa, garoto?! Você vai ficar aqui até a polícia chegar!

- Polícia?! Mas que porra! - Minho bate o pé no chão e revira os olhos - Eu já disse que não roubei nada, é a primeira vez que eu venho aqui, seu merda.

- Primeira vez? Então me explique porque você está usando a mesma roupa da outra vez, eu lembro bem disso.

- Será que é porque é a roupa que qualquer pessoa pobre usa?! Vai a merda, eu tô literalmente vestindo uma blusa preta e uma calça jeans, TODO MUNDO USA ESSA MERDA! - Ele olha ao redor vendo que todo mundo estava prestando atenção na situação - Senhora, ele está me acusando injustamente, eu juro que não fiz nada.

Uma idosa estava parada perto deles com um rosto confuso e preocupado, ela se aproxima observando bem os dois e nega com a cabeça.

- Solte o garoto, você não vê que ele está morrendo de medo?

Medo?!

Minho quase contesta porque estava prestes a socar aquele rosto feio e cheio de óleo, mas quando sente o aperto afrouxando em seu braço, ele apenas assente com a cabeça, fazendo um rosto de cachorrinho sem dono.

- O que está acontecendo aqui?

Uma voz masculina se faz presente, Minho escuta o dono do restaurante respirando fundo e aliviado.

- Você chegou, finalmente, eu peguei o moleque que roubou sua carteira.

- Eu já disse que não roubei porra nenhu-

Minho vira, falando a mesma coisa pela milésima vez, mas a fala morre em sua garganta ao ver a nova figura que havia chegado no restaurante. Aquele homem definitivamente não parecia frequentar lugares como aquele, seu terno era chique, seu cabelo perfeitamente arrumado e ele exalava um poder que fazia Minho se encolher.

- Você escolheu a pior pessoa pra roubar, pirralho, ele é advogado, você vai-

O homem murmura um "shhh", que faz o outro se calar imediatamente.

Mesmo sendo inocente, ele sente certo receio.

O homem que era consideravelmente mais alto se aproxima dele com um pequeno vão entre as sobrancelhas e, olhando de perto, Minho sente um calor ridículo em suas bochechas porque aquela pessoa era definitivamente uma das mais bonitas que já tinha visto.

- Não foi ele. 

- O que?!

- Não foi ele, a pessoa que me roubou não tem nada a ver com ele.

Cherry Wine | Hyunho Onde histórias criam vida. Descubra agora