Old Confessions - FengQing

Extra 3 - Xidang Dad

Mu Qing estava concentrado em costurar alguns buracos nas roupas de Cuo Cuo, quando o diabinho veio correndo desesperado em sua direção e escalou suas costas, se escondendo entre seus cabelos. Mu Qing ergueu a cabeça, procurando o que o havia assustado e seus olhos encontraram o homem ainda parado rigidamente em frente ao portão.

Ele deixou seu serviço de lado, levantou e arrastou Cuo Cuo de suas costas. A criaturinha lutou e resistiu, apenas se acalmando depois de Mu Qing persuadi-lo algumas vezes. "Tudo bem, tudo bem. O tio vai proteger você. Não seja tímido, certo?"

Mu Qing se aproximou de Feng Xin, ainda falando suavemente com a criança em seus braços, mas ela ainda não estava disposta a erguer a cabeça e olhar para o outro adulto. "Você não vai dizer olá para o seu pai, hum? Levante a cabeça, ele não vai morder você."

Feng Xin assistiu aquela cena sem conseguir fechar a boca. Tão confuso que esqueceu-se até mesmo de reagir. "Essa criança é..." Ele disse inexpressivamente. "Cuo-er?"

"Quem mais poderia ser?" Mu Qing ergueu um canto dos lábios em um sorriso de provocação. "Você nem mesmo é capaz de reconhecer seu próprio filho?"

"Como eu poderia? Quando eu saí ele era..." Feng Xin analisou o garoto com curiosidade e fascínio. "Você fez isso?"

"Você queria que eu o criasse e ainda queria que eu tolerasse aquela aparência desagradável dele?" Mu Qing desdenhou se virando para entrar em casa. "Você sabe que eu não suporto coisas feias."

"Oh, certo, certo." Feng Xin concordou enquanto o acompanhava. "A-Qing tem razão. Cuo-er parece muito melhor agora."

"A propósito, você trouxe o que eu pedi?" Mu Qing perguntou, desviando dos objetos espalhados pela sala como se eles não estivessem ali.

Feng Xin não pôde deixar de se surpreender ao ver a zona de brinquedos meio destruídos cobrindo todo o chão. Mu Qing era quem mais odiava bagunça e sujeira, mas não só sua casa estava naquele estado, como a criança agarrada a ele estava tão suja quanto um porquinho que acabara de fuçar na lama, mas ele não parecia nenhum pouco incomodado com isso.

Mu Qing colocou Cuo Cuo no chão, limpou seu rosto e mãos com um lenço e com um acenar de palma todos os brinquedos espalhados se reuniram dentro de uma caixa. Ele sentou-se ao lado, retirou uma laranja e um adaga da manga e começou a alimentar Cuo Cuo com naturalidade. Feng Xin assistiu a série de ações com um pouco de espanto e perplexidade, ele nunca imaginou que Mu Qing fosse tão proficiente em cuidar de crianças.

Ele piscou e voltou a si. Sentando-se, ele retirou o ginseng de seu armazenamento espiritual e o deu a Mu Qing. "Isso também é algo que você queria dar a Cuo Cuo?"

"En" Mu Qing assentiu. "Chuva de Sangue disse que isso era bom para a cabeça. Você sabe, essa criança não é muito inteligente." Ele lançou um olhar de pena para o menino, afastando o boneco de madeira que ele mordia e enfiando um pedaço de laranja em sua boca.

"Obrigado." Feng Xin falou, incapaz de suprimir a emoção. Seu A-Qing tinha o coração tão bom. Mu Qing olhou para ele em dúvida e ao ver sua expressão comovida e seus olhos marejados, ele não pôde deixar de pensar que Cuo Cuo teve a quem puxar. Um pai tolo só pode gerar um filho tolo.

"tsk" Mu Qing estalou a língua. "Por que você está me agradecendo? Foi apenas um capricho repentino. Eu apenas achei que essa criança era lamentável, só isso."

Feng Xin sorriu, sabendo que no fundo era porque Mu Qing se importava. Apesar de seu exterior frio, seu coração não era indiferente. Ele se aproximou, passando o braço ao redor dos ombros de Mu Qing para abraçá-lo. Não sendo afastado, ele se inclinou e beijou suavemente suas têmporas.