Obcecada

Tentativa

Lena POV

- Alô? Leeh?

- Oi Andrea, me desculpe mais uma vez por sair daquela forma do restaurante.

- Não tem problema, eu te conheço bem o suficiente para entender o que aconteceu ali.

- Eu estou tão chateada comigo mesma, como eu fui burra. Planejando milhões de formas de demonstrar o meu amor pela Kara, enquanto ela devia estar dormindo com metade de Paris.

- Aquela é uma das amantes?

- Sim, a tal da Louise. Ouvi certa vez uma conversa das duas. Infeliz acaso.

- Olha, não se martirize tanto. Talvez elas só estivessem indo jantar como nós duas.

- Não era isso. Você notou que Kara estava com uma mala de mão? Provavelmente iriam passar a noite juntas.

- Sim, eu notei. Mas olha, tudo é especulação Leeh. Vocês nem conversaram ainda. Pensa um pouco, amanhã ela irá até o jornal, vocês poderão resolver essas pendências.

- Andrea, eu nem importo mais.

- Você não vai voltar atrás, não é?

- Eu sei muito bem o que eu quero.

- Vamos fazer assim, nós duas falaremos com ela, ou você prefere que eu fale sozinha? Depois de hoje e de sua saída repentina, nem acertamos tudo.

- Como você preferir, já disse que por mim, agora tanto faz. Se quiser demiti-la de fato, pode fazê-lo. Eu não me importo.

- Lena, você só está falando porque está chateada.

- Não, Andrea. Você me conhece há muitos anos para saber como sou intensa em minhas relações. Você não imagina tudo que eu fiz para Kara e a forma como ela vem me tratando ultimamente. A cereja do bolo foi ela aparecer naquele lugar com uma de suas amantes. Foi o cúmulo para mim.

- Leeh, olha, dorme um pouco, amanhã você vai estar de cabeça fria. Se você realmente quiser que eu a demita, eu farei. Mas não tome decisões de cabeça quente. Você sabe que isso no fundo nunca lhe fez bem.

- Eu já tomei minha decisão, Andrea. Amanhã ela será a mesma de hoje. Não me importo mais. Se a Kara quiser dormir com os oito bilhões de pessoas que existem no mundo, eu realmente não me importo.

- HAHA, eu adoro você Lena. Sei que amanhã vai se arrepender de cada palavra que está dizendo.

- Eu odeio o fato de você me conhecer tão bem. Que droga, acho que vou encerrar nossa amizade. Você já conhece meus pontos fracos. – A morena estava com um ar mais leve e descontraído.

- Eu amo você, Leeh. Seremos sempre irmãs, nunca esqueça disso.

- Eu também amo você, And. Obrigada por ser minha irmã. Mesmo quando eu não mereço.

- Você é chata as vezes, mas é boa gente. HAHA

- Te odeio.

- Não odeia não.

- Eu preciso desligar, tem algum idiota da portaria me ligando a essa hora. Preciso ver se meu carro está pegando fogo, porque é a única justificativa para alguém me ligar agora.

- Tá bem, se cuide. Até amanhã.

- Até.

Interfone tocando.

- Já vai, inferno! - esbravejou