Te(n)são

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- Oi Kara.

- Oi Lena.

A loira me cumprimentou assim que entrou no duplex. Eu estava sentada em uma poltrona de frente para a vista da cidade com meu copo de uísque na mão esperando-a se aproximar.

- Estou aqui. – Ela parecia apreensiva, mas estava linda como sempre. Meu coração disparou com a aproximação da mais nova e eu não podia demonstrar o quanto estava ansiosa para tê-la novamente. Eu realmente queria deixar toda essa conversa de lado e beijá-la com fúria, somente pela raiva que ela me fez sentir quando me disse sobre sua forma de se relacionar.

- Eu estou querendo conversar com você e entender algumas coisas. Por isso, eu faço as perguntas e você responde todas as que se sentir confortável, ok?

- Tudo bem. – a loira afirmou me olhando com certa dúvida.

 – a loira afirmou me olhando com certa dúvida

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- Então você é não monogâmica. – Afirmei fazendo aspas com dois dedos no ar.

- Sim.

- Por que decidiu ser assim?

A expressão da loira mudou de preocupada para assustada. Talvez não esperasse a minha pergunta.

- Oh... bom... Não foi exatamente uma escolha. Como posso te explicar? – Ela mexeu rapidamente em seus cabelos, em sinal de dúvida. – Bom, eu já era assim. Eu só não sabia disso até vir morar em Paris.

- O que mudou quando veio morar em Paris?

- Eu conheci uma mulher e me apaixonei. Quando confessei meus sentimentos para ela, fui descartada. Meses depois ela reapareceu e me disse que era casada, mas que vivia um relações poliamorosas, com o consentimento do marido e que se sentia feliz e satisfeita por viver assim. Então ela me deu alguns livros para ler e eu também fiz minhas próprias pesquisas sobre o tema para entender o real significado disso tudo. Até que me identifiquei com aquela forma de amar. E desde então, eu me relaciono dessa forma.

Eu ingeri um gole do uísque absorvendo as palavras de Kara. Semicerrei meus olhos em sua direção tentando decifrá-la ou captar algum sinal de mentira. Mas a loira realmente demonstrava estar sendo sincera. Ficamos longos minutos em silêncio.

- Quando você me disse que é não monogâmica, o que esperava ouvir de mim?

Novamente a expressão da loira que a pouco havia suavizado, mudou para uma expressão preocupada. Ela respirou fundo, passou a mão nos cabelos seguidas vezes e me olhou profundamente. Ela direcionou seu olhar para meus lábios e umedeceu seus próprios lábios. Aquilo era um sinal instintivo de alguém que deseja te beijar. Ou de que se está com muita sede. – Você quer beber alguma coisa? – Perguntei novamente diante do seu silêncio.

- Aceito. – E fez um biquinho charmoso, mas que parecia desconfiada.

Eu fui em direção a cozinha e procurei entre as bebidas no armário algo que a encorajasse a falar. Eu preparei um dry martini para a loira, segundo ela havia me contado, gostava de beber quando estava tensa. Retornei para a poltrona que estava anteriormente e entreguei o drink para Kara. Ela observou o líquido e ingeriu um pouco agradecendo a gentileza.

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