Eu estava no carro de Natalie, observando as luzes da cidade que começavam a acender. O rádio tocava uma música baixa, quase imperceptível, um murmúrio suave que preenchia o silêncio entre nós.
O céu estava tingido de um azul escuro profundo, as estrelas começavam a surgir timidamente. Natie dirigia com a expressão concentrada, seus dedos batucando levemente no volante ao ritmo da música.
Eu contava todo os acontecimentos que descobrimos com a senhora Carter no grupo com Emma e Alex, então não me comuniquei muito com a loira.
Quando a motorista estacionou em frente à minha casa, suspirei profundamente, tentando preparar-me para o que vinha a seguir.
"Então, você vai ficar bem?" perguntou, levantando uma sobrancelha de forma cínica.
"Não é da sua conta," respondi, forçando um sorriso irritado. "Mas obrigada pela carona."
"Claro, sempre disposta a ajudar uma alma perdida" ela retrucou, com um toque de sarcasmo. "Só tenta não se meter em confusão, tá?"
"Vou me esforçar" respondi secamente, abrindo a porta do carro. "Boa noite, Natie."
"Boa noite, Lottie" ela disse, o tom ligeiramente desdenhoso.
Saí do carro e fechei a porta com um pouco mais de força do que o necessário. Quando olhei para a frente da casa, meu estômago deu um nó ao ver o carro do meu pai estacionado ali. Eu não tinha voltado para casa na noite anterior e ignorei todas as ligações dele. Isso não ia acabar bem.
Entrei em casa o som das chaves que joguei contra a madeira da mesa pareceu ecoar pela casa silenciosa. Antes que eu pudesse dar mais um passo, ouvi a voz angelical da minha mãe.
"Charlotte, onde você estava?"
"Fazendo um trabalho, na casa de Emma" respondi automaticamente, meu coração batendo forte no peito por conta do susto.
