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Na detenção seguinte, Harry jurou que faria certo e parecia que o universo decidiu ajudar. Snape ordenou que ele subisse na escada que estava encostada nas prateleiras altas cheias de ingredientes no armário pessoal de Snape. A tarefa era se livrar de tudo que não deveria estar ali, como sujeira, limo, poeira e basicamente qualquer coisa que não fosse um frasco.

Então, quando Harry subiu a escada e olhou em volta, notou uma substância amarela particularmente repulsiva à sua direita. Bingo!

Com Snape ainda na sala, ele tirou a camisa (ele renunciou às vestes há algum tempo) e jogou-a no chão, olhando para Snape, no que esperava ser uma expressão de flerte, e disse: "Pode ficar sujo aqui em cima", e com aquela frase brega assumiu a responsabilidade de remover a coisa e nem percebeu quando Snape saiu.

Exceto que a coisa não queria ser removida e resistiu bastante. Ele tentou tudo o que pôde pensar enquanto ainda tomava cuidado com os frascos ao redor. Nada funcionou. Ele gritou alguns palavrões por pura frustração e logo depois ouviu um estrondo. Quando ele se orientou, viu a coisa mudar de cor. Não era mais amarelo, mas um tom feio de vermelho. Nada aconteceu por alguns momentos e então -

Bang!

A cor mudou de vermelho para marrom. Por alguma razão, Harry não estava particularmente interessado em descobrir o que aconteceria se a cor da coisa ficasse ainda mais escura. Felizmente, ou melhor, infelizmente para Harry, Snape escolheu aquele momento para entrar no armário, observando a cena diante dele.

Dois segundos foram suficientes.

O terceiro estrondo, ainda mais alto, que ressoou pelas masmorras sinalizou outra mudança de cor, desta vez preta. A coisa preta então decidiu se atirar em Harry e se agarrou à sua pele nua.

Ele gritou e caiu imediatamente da escada na frente dos pés de Snape. Quando um leve assobio foi ouvido e um vapor começou a sair do lugar onde a coisa preta estava presa, Snape se inclinou sobre o garoto indefeso e disse em voz baixa:

— Talvez, se você tivesse estudado herbologia corretamente, você pudesse ter percebido que um suillus luteus em ambiente mágico forma uma substância quase líquida. Esta substância, quando irritada, ataca uma forma viva próxima, avisando-a com antecedência para deixá-la em paz. Se você tivesse deixado assim, ele teria voltado à cor original e talvez então você encontrasse os meios para usar um simples removedor de cogumelos.

Escusado será dizer que Harry se sentiu estúpido, exposto e com coceira. Deus, seu peito coçava tanto.

— Você está bem, Potter, vá para a enfermaria — disse Snape preguiçosamente. — E não se esqueça da camisa, isto não é uma lavanderia!

.

Outro sábado, outra detenção. Só que desta vez, Snape parecia estar brigando com um polvo, cuja única intenção era bagunçar seu cabelo. Ele parecia morto de cansaço.

— Está tudo bem, professor? — perguntou Harry cheio de preocupação.

Snape suspirou.

— Houve um dominó de caldeirões explodidos, Sr. Potter. Como você pode ver, a sala de aula está bastante acabada.

Harry deu uma boa olhada ao redor. Gosma por toda parte, frascos quebrados, caldeirões derrubados, tudo somado, uma bagunça enorme.

— Eu não gostaria de estar no lugar do aluno que começou isso — Harry estremeceu.

— Infelizmente, o estudante saiu quase impune.

Harry virou a cabeça para olhar para Snape.

— Como assim? — ele perguntou, intrigado.

Suitor  | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora