dezessete

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JAYLA

Depois de horas no ônibus, chegamos no acampamento.

O acampamento ficava literalmente no meio do nada, e só tinha mato em volta. Não que eu não tenha gostado, eu até gosto de natureza, mas aqui não tinha sinal de telefone.

Ficar um mês sem comunicação com o mundo lá fora, não parece ser muito agradável, mas agora também não tem mais volta.

Separaram os alunos em cinco para cada quarto, obviamente que os quartos de meninas e meninos eram separados.

Eu fiquei com Nessa, graças ao bom Deus.

Depois de nos acomodarmos nos quartos, fomos para o centro do local, onde estava os coordenadores do acampamento para explicar algumas coisas.

Começaram a falar sobre as atividades, e os horários de comer, dormir e etc.

Como já era uma da tarde, iríamos almoçar e depois começar a primeira atividade. Estava um pouco curiosa para saber o que seria, mas meu lado sedentária não queria fazer nada muito agitado.

Peguei a comida e me sentei em uma das mesas que tinha no "refeitório". O local era bem parecido com um refeitório de fato, mas era ao ar livre, tinha apenas mesas espalhadas pela grama.

Comecei a comer, e respirei fundo quando Vinnie se sentou na minha frente.

— Tá sujo aqui, esquentadinha. — disse colocando a mão no seu queixo.

Passei minha mão no meu rosto, percebendo que estava com um arroz ali. Olhei para Vinnie, que tinha um sorrisinho nos lábios. Como eu odeio esse sorrisinho.

— Por que você não me deixa em paz? — perguntei irritada.

Só de olhar para seu rosto me irrita.

— Acho que você deve ter se apaixonado por mim depois daquele beijo no seu carro. — eu disse com ironia e vi seu sorriso aumentar.

— Bem que você queria, não é? — ele disse se inclinando sobre a mesa.

— Com certeza. — eu disse revirando meus olhos. — Todas as noites eu rezo pedindo para que o Vinnie se apaixone por mim. — eu disse juntando minhas mãos como se eu estivesse orando.

— Se não estiver funcionando, eu sei para que você pode se ajoelhar. — ele disse com malícia e eu cerrei meus olhos na sua direção.

— Não fala essas merdas para mim. — eu disse cruzando meus braços.

— Oh, meu Deus, onde eu estava com a cabeça em falar dessa maneira com uma dama. — disse com sarcasmo.

Eu ia responder, mas senti alguém se aproximar. E olhei para o lado, vendo que era meus amigos, isso fez Vinnie sair andando, e eu agradeci mentalmente por isso.

— Você e o Vinnie... — escutei Jack dizer com malícia.

— Nem comecem. — murmurei continuando a comer minha comida.

— Vocês viram os gatinhos que são os coordenadores. — escutei Nessa dizer apontando discretamente para trás de mim.

Me virei, vendo um garoto, que não parecia ser tão mais velho do que nós com uma camiseta escrita "coordenador".

— A Jayla se virando parece a garota do exorcismo. — escutei Jack dizer rindo.

— Não tem como contar as coisa para ela, ela não sabe ser discreta. — disse Nessa quando me virei para eles novamente.

Mostrei a lingua para os dois.

Conversamos até terminarmos de comer, depois fomos para o lugar que estávamos antes, e quando todos os outros chegaram, começaram a explicar que hoje não teria nenhuma atividade por ser o primeiro dia, e podemos explorar o acampamento.

Soube que tinha piscina, sala de artes, sala de teatro e um rio para pescar.

Também entregaram para cada um, uma camiseta, bermuda, calça e blusa do acampamento. Não sei para que blusa, se está calor.

Depois nos liberaram, e eu fui para meu quarto com Nessa. Colocamos um biquíni e fomos para a piscina.

Estava muito calor, e a água da piscina estava realmente muito boa, mas eu preferi pegar um bronze.

Depois de um tempo, Nessa sumiu e eu desconfiei que sumiu com o treinador que também veio aí acampamento.

Eu me preocupo com o relacionamento dos dois, porque se pegarem eles, os dois de ferram e se ferram muito.

Eu estava com os olhos fechados, e protegidos da luz solar pelo meu óculos de sol. Eu só espero não ficar com a marquinha de óculos na cara.

Estava sentada na beirada da piscina, e meus pés balançavam na água, enquanto ouvia as vozes e risadas dos adolescentes ao meu redor.

Já estava um tempo naquela mesma posição, sem me mexer, até que senti uma aproximação estranha atrás de mim.

Antes que eu pudesse reagir e ver quem era, fui empurrada para dentro da piscina.

Senti a água cobrir totalmente meu corpo, e quando eu subi para a superfície e abri meus olhos, vi Vinnie na beirada da piscina sorrindo divertido.

Se eu estivesse em um desenho animado, sairia fumaça pelo meu nariz e ouvidos.

Eu estava furiosa.

— Vinnie, eu vou te matar. — eu disse meio gritando, enquanto saia da piscina.

Ele ria não acreditando na minha ameaça.

Fui na sua direção quando já estava fora da piscina e pisava forte. Porque ele sempre tem que fazer um coisa idiota?

Ele é idiota?

Quando cheguei perto dele, tentei empurrar o mesmo para a piscina, mas eu não contava com o fato de que Vinnie é mais forte do que eu.

No fim, ele me empurrou de novo, mas dessa vez eu não fui burra e me agarrei nele, fazendo o mesmo cair junto comigo na piscina.

Dessa vez entrou água no meu nariz, e eu rapidamente fui na borda, tentando fazer aquela sensação chata passar.

Eu odeio quando entra água no nariz.

A sensação não passou, e eu sabia que demoraria para passar.

— Aí Jayla, tá morrendo não né? — escutei a voz do idiota e senti ele chegar do meu lado.

— Seu idiota, entrou água no meu nariz. — eu disse dando um tapa no seu braço.

— Isso não teria acontecido se você não tivesse tentado me derrubar. — ele disse como se fosse realmente minha culpa.

— Isso não teria acontecido se você não tivesse me empurrado primeiro. — eu disse enquanto ele saia da piscina.

Vinnie só deu de ombros quando já estava fora da piscina, me olhando de cima.

— Inclusive, gostei do seu biquíni, combinou com seu cabelo. — ele disse apontando para meu biquíni laranja que tinha algumas flores.

Depois ele saiu andando, me deixando para trás totalmente puta da vida com ele.

Isso não vai ficar assim, não mesmo.

...

Quando sai da piscina, fui direto tomar banho e não demorou muito para a noite chegar. Nos chamaram para jantar, e quando eu terminei resolvi caminhar um pouco, já que faltava um tempo até a hora de dormir.

Vi a sala de artes, e fiquei curiosa em conhecer o lugar.

Abri a porta e entrei, vendo que a ala era colorida e tinha vários desenhos colados nas paredes. Eram desenhos realmente muito bonitos.

Quando estava olhando para os desenhos atentamente, vi uma lata de tinta rosa que eu acredito que foi usada para pintar uma parede da sala.

Cheguei mais perto da lata par Acer se ainda tinha tinta, e tinha um pouco menos que a metade, mas essa quantidade é suficiente.

Uma ideia surgiu na minha mente, e meu sorriso deveria estar igual o do gato de Alice no país das maravilhas.

Vinnie, você não perde por esperar...

I Hate You ᵛⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora