- May! Oh meu Deus! O que aconteceu? - Miro vinha correndo e se abaixou na minha frente, tocou de leve meu rosto analisando meus machucados
- Eu tô legal - Afastei sua mão - Mas tem muita gente aqui para me ver assim, posso ir embora?
- Vou pedir para o motorista te levar ao hospital
- Não! Não precisa, eu só preciso de descanso e gelo - Levantei e ele me segurou quando meu equilíbrio falhou
- Você não consegue ficar em pé direito
- Uns analgésicos e gelo vão me colocar de pé rapidinho... Não me olha assim, não vou pro hospital!
- Tá bom! Vou pedir para alguém te levar para casa. Espera aqui - Ele se afastou e fez uma ligação
- Vem, um carro vai nos encontrar aqui na rua lateral
Miro me ajudou a sair e me colocou no carro
- Miro... - Ele me olhou, agora parecia mais um amigo do que um chefe estressado - Não conta pra eles... - Quando abriu a boca para retrucar completei - Não quero incomodar a noite deles, eu conto quando chegarem em casa... - Ele assentiu e fechou a porta.
Cheguei em casa e fui direto para o quarto com medo de encontrar alguém, mas eu estava sozinha... Tomei um banho para tirar todo aquele caos de mim. Desci e liguei a televisão na sala para assistir os meninos... Queria tanto estar lá com eles.
Lágrimas começaram a descer pelo meu rosto. Eu não podia piscar que a cena voltava novamente"Sua puta"
"Macaca"
E sem perceber uma crise chegou, fui até a cozinha e peguei uma garrafa de soju. Uma garrafa virou duas e depois achei uma garrafa de vinho, outra garrafa de soju e então não era mais eu... Eu dançava descalça pela sala quando ouvi os meninos começarem a cantar... Boy with luv. Um amor que eu queria para mim, mas nunca me sentiria digna de ter.
"Ridícula"
Voltei a mim por um segundo quando ouvi a porta do carro bater...
Abaixei a cabeça tentando lembrar como chegava ao meu quarto. Eu estava fora de mim.- Aí está você! Se deu uma noite de folga é? - Yoon-gi brincou entrando e indo até a cozinha se servir um copo de whisky - Nós somos os patrões...
- May, olha os prêmios que ganhamos - Tae se aproximou de mim e esbarrou nas garrafas.
Minha cabeça permanecia baixa
- Eu assisti vocês... - Minha voz era baixa e arrastada - Pode me ajudar a chegar no meu quarto? - Perguntei dando a mão para o Tae
- Você bebeu tudo isso sozinha? - Na minha mão havia mais uma garrafa de vinho que eu nem me lembro como peguei ou como consegui abrir - O que aconteceu?... Você pode olhar para mim?
Jin se aproximou por trás de Tae e levantou meu rosto devagar
- May-Li o que aconteceu com você?! - Jin disse alto o bastante para eu voltar a realidade de uma vez.
E com ela a dor, caí de uma vez só no chão, de joelhos eu comecei a chorar, era uma sensação desesperadora, um choro como se alguma coisa precisasse sair de mim. Como um raio Namjoon apareceu na minha frente tentando me levantar pelos ombros
- O que aconteceu!? May, olha para mim!
Agora todos estavam atrás dele e esperavam curiosos e preocupados uma explicação
- Eu me perdi do segurança na entrada... - Era difícil pensar com o álcool, mas era justamente isso que eu fui procurar quando cheguei - Fui atacada por um grupo quando tentava entrar na entrada lateral do prédio... Haters, xenofobicos, eu não sei quem eram.
- Que absurdo - Yoon-gi apertava seu copo indignado
- E o que vamos fazer? - Namjoon ainda estava agachado na minha frente esfregando meus ombros na tentativa de me consolar
- Não vamos fazer nada! - Eu não queria atenção sobre isso
- Como nada May-Li? - Tae voltou com um copo de água
- É o que eles querem, chamar atenção. Se fizerem alguma coisa, vão dar o que eles pediram. Eles sabiam quem eu era... - A lucidez voltava aos poucos. Mas a dor voltava junto dela
- Eu quero ficar sozinha com a May-Li - Namjoon estava sério
Tae estava ao meu lado, se levantou e deu um beijo no topo da minha cabeça antes de subir para os quartos com os outros respeitando a ordem de seu líder.
- Me fala o que está sentindo, prometeu deixar eu te ajudar... - me afastei um pouco dele.
Estávamos no chão, um olhando para o outro. Não sabia como me expressar, então uma coisa veio na cabeça, e trêmula de bêbada comecei a cantar baixinho life goes on enquanto olhava para ele....
- Quer ir para casa? Quer ir embora? - Ele parecia magoado.
- Casa para mim nunca foi uma construção de 4 paredes, casa para mim são pessoas. Faz tempo que não tenho ninguém para chamar de lar... Até te conhecer... E isso me assusta...
- Eu aceito ser sua casa, não te deixar mais sozinha...
- Não podemos... Meu amor pelo que você ama não é suficiente, não estão prontos para isso - Eu estava exausta, mal mantinha os olhos abertos, mas queria continuar olhando para ele.
Sentado ali na minha frente, ele não parecia o ídol que eu poderia destruir só por ama-lo
"Eu o amava?"
- Você não está bem para ter essa conversa agora... Deixa eu te levar pra cama - Eu não tinha forças nem para contrariar.
Levantei meus braços e Namjoon me levantou me carregando para meu quarto, com calma ele me colocou na minha cama. Eu adormeci antes de sentir meu travesseiro, sentindo seu cheiro e me sentindo tranquila pela primeira vez naquela noite caótica...
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O Sonho de uma Army
Teen Fiction~ Concluído ~ Uma brasileira que teve sua realidade destruída por um acidente de carro... Querendo recomeçar o mais longe possível, May- Li se vê na Coreia aceitando um desafio duvidoso. Ser staff pessoal do maior grupo sul-coreano do mundo...Bangt...