Através Das Palavras (I Love You Its Ruining My Life)

Capítulo 2: Desilusões e Recomeços

De volta ao conforto de casa, a solidão da noite me envolveu, trazendo consigo uma saudade profunda e dolorosa. Sentei-me em minha cama, segurando meu telefone com mãos trêmulas, enquanto buscava desesperadamente pelo perfil de Heitor nas redes sociais. Após uma busca exaustiva, finalmente encontrei o Instagram do rapaz, mas meu coração afundou ao perceber que sua conta estava privada.

Enviei uma solicitação de seguir, alimentando uma esperança frágil de que ele pudesse aceitar e me permitir adentrar seu mundo. Os dias se arrastaram lentamente, transformando-se em semanas, e ainda assim, a solicitação permanecia pendente, como um lembrete constante da distância entre nós.

Dois meses se passaram, e me vi mexendo no celular de uma amiga em comum com Heitor, Amanda. Uma curiosidade sombria tomou conta de mim, levando-me a vasculhar a conversa entre os dois. E foi ali que minha dor encontrou uma voz, cruel e implacável.

Heitor havia falado mal de mim, usando palavras que perfuraram meu coração como facas afiadas. Ele me chamou de "gay irritante", questionando minha autenticidade e acusando-me de sempre querer estar no centro das atenções. Cada palavra era como um golpe, despedaçando a imagem que eu tinha dele e deixando apenas a amargura da traição.

Meu quarto se tornou um refúgio de tristeza e desânimo, enquanto eu me afogava em lágrimas e música, perdido em um mar de incertezas e decepções. Foi somente através das palavras reconfortantes de minha melhor amiga, Yasmin, que encontrei um vislumbre de esperança.

Yasmin: "Luccas, sei que agora está difícil, mas lembre-se de quem você é. Não deixe as palavras de alguém tão insignificante te abalar. Você é incrível, e merece alguém que te valorize de verdade."

Essas palavras, embora simples, tocaram meu coração de uma maneira que nenhuma outra poderia. Ela me lembrou da minha própria força e resiliência, incentivando-me a deixar o passado para trás e seguir em frente com determinação.

Decidi esquecer a existência de Heitor, concentrando-me em minha própria felicidade e bem-estar. À medida que meu aniversário se aproximava, uma ideia audaciosa começou a tomar forma em minha mente. Por que não convidar Heitor para minha festa de aniversário? Não por desejo de reconciliação, mas como um gesto de autoafirmação e superação. Afinal, eu era mais forte do que as palavras cruéis de um menino mesquinho, e estava determinado a mostrar isso ao mundo.

E assim, com um misto de coragem e determinação, enviei o convite para Heitor, convidando-o para celebrar meu aniversário de 16 anos ao meu lado. "Caramba, meu aniversário é um dia depois", disse ele, parecendo surpreso. Seu comentário, embora casual, ecoou em minha mente como um lembrete silencioso de que talvez minha esperança fosse em vão.

No entanto, uma semana depois, recebi uma mensagem inesperada de Heitor. "Não devia ter julgado você tão mal", escreveu ele, parecendo genuinamente arrependido. "Posso ir à festa ainda?" Meu coração saltou com a surpresa e a gratidão, e respondi prontamente: "Claro que pode". Era um pequeno passo em direção à reconciliação, mas significava muito para mim.

Agora, com a festa se aproximando, uma mistura de ansiedade e excitação tomava conta de mim. Mal podia esperar para ver como tudo se desdobraria naquela noite tão aguardada. Enquanto me preparava para receber meus amigos e celebrar meu aniversário, uma faísca de esperança acendia dentro de mim, me fazendo questionar o que o destino reservaria para mim e Heitor. Apenas uma coisa era certa: estava pronto para dar o próximo passo, seja qual fosse ele.