Capítulo 1: A Infância de Alice

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Alice Orleans Bragança nasceu em um amanhecer frio de 3 de março de 1783, em um elegante palacete em Paris. Seus pais, Mary Hamburgo Orleans de Nice e Inácio, Duque de Nice, celebraram a chegada da filha com grande alegria e uma série de festividades que duraram semanas. A pequena Alice, desde cedo, foi cercada por cuidados e luxos, refletindo o alto status de sua família.Seu batismo foi um evento magnífico, realizado em Nice em 15 de setembro de 1783. A catedral estava adornada com tapeçarias douradas e flores exóticas. O Rei Luis XVI e a Rainha Maria Antonieta, padrinhos de Alice, compareceram com suas cortes, juntamente com a avó paterna, a Rainha Alessandra Orleans, e os avós maternos, arquiduques da Áustria. Quando o Bispo perguntou o nome da criança, a voz firme de Inácio respondeu "Alice". Com a bênção do bispo, Alice foi batizada em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, um amém ressoando pela nave da catedral.

Desde cedo, Alice demonstrou uma vivacidade e inteligência que encantavam a todos ao seu redor. Seus primeiros anos foram passados entre Paris e Nice, onde a família possuía propriedades luxuosas. Aos cinco anos, Alice já mostrava grande interesse pelos livros e uma curiosidade insaciável sobre o mundo ao seu redor. Seu pai, Inácio, fazia questão de incentivar essa curiosidade, levando-a para passeios pelos jardins e ensinando-a sobre plantas e animais.Mary, sua mãe, era uma mulher de grande beleza e elegância, mas também de forte personalidade. Ela assegurava que Alice recebesse a melhor educação possível. Aos sete anos, Alice já era fluente em francês, alemão e italiano, línguas essenciais para a nobreza europeia da época. Além das línguas, Alice era instruída em música, dança e etiqueta, atividades que ocupavam grande parte de seus dias.Aos nove anos, Alice fez sua Primeira Eucaristia em Lisboa, onde a família havia se mudado temporariamente. A cerimônia, realizada em 12 de junho de 1794, foi outro evento grandioso. Alice vestia um delicado vestido branco, bordado à mão, e um véu de renda que havia pertencido à sua avó, Rainha Alessandra. Ao receber a Eucaristia, Alice sentiu-se conectada a algo maior, uma sensação de paz e propósito que a acompanharia pelo resto da vida.Entre os estudos e as cerimônias, Alice também encontrava tempo para brincar com seus irmãos, Mary e Jorge. Os três eram inseparáveis, explorando os vastos terrenos das propriedades da família, inventando jogos e aventuras. Jorge, dois anos mais novo, era especialmente próximo de Alice. Ele a admirava e seguia como uma sombra, absorvendo suas lições e histórias.O mundo de Alice, no entanto, não era apenas de esplendor. Aos quatro anos, ela perdeu seu pai, Inácio, Duque de Nice, em 30 de janeiro de 1788. A morte de Inácio foi um golpe profundo para a família. Mary, sua mãe, assumiu as responsabilidades do ducado com uma força e determinação que impressionaram a todos, mas a ausência de Inácio deixou uma lacuna irreparável no coração de Alice.A infância de Alice, embora marcada por perdas, foi também uma época de formação e descobertas. Cada livro lido, cada lição aprendida, cada festa e cerimônia participaram da construção de uma jovem duquesa que, com o passar dos anos, se tornaria uma figura central na nobreza europeia. Alice crescia cercada de amor e privilégios, mas também de expectativas e responsabilidades, preparando-se para um futuro onde seu papel seria não apenas de ornamento, mas de liderança e influência.

Alice Bragança,  Duquesa de CoimbraOnde histórias criam vida. Descubra agora