*Narrador
O garoto segue para o quarto e pega a pasta onde guardava seus desenhos, pega duas folhas sulfites e com uma delas faz um envelope e começa a escrever na outra.
Em menos de dez minutos sua carta estava pronta e ele sorri com o resultado, coloca a folha dentro do envelope improvisado e se levanta ao ouvir a mãe o chamar para tomar o chá.
Ao sair do quarto e seguir para a sala, ele vê Sérgio sentado no sofá e assistindo televisão.
- Escreveu a carta? - ele pergunta e Samuel assente. - Quer que eu entregue? É para o Dinho, não é?
- Não, deixa que eu entrego e assim dou uns xingos nele. - ele resmunga e Sérgio da risada.
- Aqui, toma tudo e vai deitar. - Helena fala se aproximando e entregando uma xícara com chá para Samuel. - Se a sua febre não baixar até seis horas nós vamos para o hospital e eu não estou pedindo, estou mandando.
- Tudo bem, mãe. - ele suspira e vira o chá de uma vez. - Vou dormir.
Helena assente e pega a xícara, Samuel volta para o quarto e franze o cenho ao procurar pelo envelope e não o encontrar. O garoto passa cerca de vinte minutos revirando o quarto inteiro e nada de achar o envelope, havia sumido, como se nunca tivesse existido.
Ele suspira frustrado e resolve se deitar para dormir.
16 de setembro de 2024 - 15h58 P.M
Alice que estava cochilando serenamente acorda assustada ao ouvir os passos pesados e a voz irritada de seu chefe.
- Alice! - Gustavo a chama e sente o coração acelerar, mas estende a mão para ele como se pedisse para ele esperar e continua de olhos fechados.
A garota enrola por mais alguns segundos e respira fundo antes de abrir os olhos.
- Amém! - ela fala e se vira para seu chefe que a encarava confuso.
- O que estava fazendo?
- Orando para que o projeto com a cliente nova seja abençoado. - ela mente e a expressão de Gustavo se suaviza.
- Por um momento pensei que estivesse dormindo.
- Em horário de trabalho? Quem seria louco o suficiente para fazer isso? - ela pergunta incrédula e sente o olhar de Matheus, seu amigo do escritório, sobre a mesma.
- É. - Gustavo pigarreia. - Preciso falar com você urgente sobre suas anotações.
- Anotações? Que anotações? - ela pergunta confusa.
- Ah, amiga. - Matheus se aproxima. - Gustavo pediu pelas anotações e eu entreguei seu caderno para ele.
- VOCÊ O QUÊ? - a voz desesperada de Alice chamou a atenção não só de seu amigo ou seu chefe, como do escritório inteiro. - Quero dizer, não estava finalizado ainda. - ela sorri sem graça.
- Enfim, desça para buscar sua encomenda e suba direto para a minha sala, precisamos conversar.
- Encomenda? - ela pergunta confusa.
- Sim, uma mulher não para de ligar para a minha sala. - Gustavo responde de maneira séria. - Deve ser algo importante ao ponto de me incomodarem para você receber.
Alice suspira e assente, a garota se levanta e olha para seu chefe.
- Vou ir buscar e já sigo para a sua sala. - ela fala e o mais velho assente e se afasta, indo em direção ao seu escritório.
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Cartas - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)
FanfictionÉ possível escrever para alguém do futuro, ou melhor, escrever para alguém do passado? Independente da pergunta a resposta permanece a mesma, não! Pelo menos foi o que a Alice pensou durante toda a sua vida. Acostumada a escrever desde que se enten...