Capítulo 2

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Chuva De Traumas.

─flashback de Edison.

O capítulo pode causar gatilhos para alguns leitores, contém temas sensíveis como violência e abuso de menor

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Que lugar era aquele? Não se sabe. Talvez fosse o vácuo. Olhava pelos arredores e não via nada além da escuridão densa e impenetrável. Onde estavam suas roupas? Não se sabe. E por que se importar, se está sozinho? Ali era o vácuo, não havia ninguém além de ti, nenhum sinal de vida ou movimento.

Quando começaste a caminhar, percebeste que o chão estava encharcado de água, uma água gélida que trouxe um frio cortante aos teus pés descalços. No entanto, não era nada com que não pudesses acostumar-te com o tempo.

Não tinha um destino em mente, ele se deixava levar pela escuridão na esperança de encontrar algo. Era tão silencioso que apenas o som de seus passos colidindo com a água quebrava o silêncio absoluto. Nenhum ruído, nenhuma voz, nenhum outro som perturbava a quietude.

De repente, foi brutalmente derrubado e caiu sentado, espantado. Viu uma criança alegre correndo para algum lugar. "Ei!" gritou ele. Tinha tantas perguntas, mas a criança não pareceu prestar atenção ou talvez não o tivesse escutado. Levantou-se rapidamente e começou a correr atrás dele.

A silhueta de uma casa começou a se manifestar, como se emergisse das sombras. "Como pernas tão curtas correm tanto?" questionou-se enquanto apressava o passo. A casa gradualmente se tornava mais visível, e logo o garoto parou diante da porta. O homem tentou chamá-lo novamente. "Você está me escutando, garoto?" Mas nada. Nenhuma resposta, nenhuma olhada. Que diabos era tudo aquilo? Uma espécie de vácuo, uma criança, uma casa no meio daquilo tudo, e aparentemente, ele era invisível, um fantasma no seu próprio pesadelo, onde ninguém podia vê-lo ou ouvi-lo.

O homem olhou novamente para a criança e, desta vez, se agachou perto dela, sentindo uma mistura de perplexidade e curiosidade. Enquanto a criança aguardava impaciente pela porta ser aberta, ele não pôde deixar de se perguntar: "Será que sou eu?" Mas antes que pudesse processar completamente essa ideia, ficou atordoado quando o menino passou por ele correndo para dentro da casa.

O garoto começou a gritar pelos seus pais, perguntando onde estavam. Assim que o homem atravessou a porta, esta foi brutalmente trancada. Mas se os pais da criança não estavam ali, quem estava? O homem congelou, sentindo-se paralisado. Era seu tio, aproximando-se da criança com um sorriso malicioso no rosto. Desesperado, o homem começou a gritar para a criança fugir, correr, salvar-se. E foi ali que ele finalmente percebeu a verdade: estava se vendo, era ele! O garoto que estava seguindo, era a si mesmo na infância. As lágrimas começaram a escorrer por seu rosto enquanto tentava desesperadamente segurar a mão da criança, mas nada adiantava.

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