18 - Problemas

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      Desde a minha festa de aniversário, quando papai mandou nossa foto juntos para o Profeta Diário, têm chegado à mansão várias e várias cartas

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      Desde a minha festa de aniversário, quando papai mandou nossa foto juntos para o Profeta Diário, têm chegado à mansão várias e várias cartas. Obviamente, elas passaram pelo Ministério e pelos aurores, que não estão nada contentes com a incrível empatia de vários bruxos por mim e, por consequência, pela nossa família também, já que, para o Ministério, não merecemos nada além de miséria e sofrimento.

 Até mesmo Draco tem recebido vários pedidos de ajuda de pequenos empreendedores e de famílias bruxas que foram prejudicadas pela guerra, o que o fez pensar em estratégias para ajudá-los e, obviamente, ganhar sua lealdade, o que é e sempre foi importante para a nossa sobrevivência. Então, ele deixou ao encargo de Lúcio usar uma parte dos nossos ganhos ilegais para ajudar essas famílias e ganhar em cima deles, sem contar o boca a boca de quanto somos solidários, e também das entrevistas que esses mesmos pequenos empresários dão, falando o quanto a nossa família foi generosa em ajudá-los, já que o próprio Ministério não fez questão alguma de dedicar um tempo para eles, nem mesmo mandando alguém para visitá-los, enquanto Lúcio e Draco foram pessoalmente falar com essas pessoas.

  Também houve os protestantes, alguns bruxos e bruxas menores que faziam questão de lembrar à comunidade de quem somos, e a face deste mártir era a garota que estava no dia do meu julgamento. Eu sabia que deixá-la viva poderia ser um problema para a minha imagem, mas matá-la também não faria nada para me salvar, e chutar cachorro morto nunca foi o meu método de combate, já que a garota estava fedendo a doença e com uma febre tão alta que a fazia suar e ter até mesmo alucinações. Como eu estava solidária naquele dia, achei que ela poderia deitar e morrer por conta própria, o que vejo ter sido uma péssima escolha agora, já que ela não pode sumir de forma abrupta, caso contrário todos olharam com desconfiança para nós.

— Você parece distante — Draco fala baixinho ao meu lado.

  O que me tira de forma abrupta dos meus pensamentos depreciativos por ter sido misericordiosa.

— Eu deveria ter matado aquela garota quando tive oportunidade — Falo ainda mantendo meus olhos para a imensidão branca à minha frente.

— Talvez, mas você não é do tipo que gosta de coisas fáceis — Ele fala de forma tranquila. — Todo mundo sabe que você matou os pais dela, Lynx, e todo mundo sabe que foi a mando de Voldemort — Draco aponta.

— Sim, entre outras coisas — Falo ainda sem o olhar.

   Pois, mesmo Draco sabendo que eu realmente não me importo se alguém vive ou morre, ele ainda não entende que eu gosto disso. Eu gosto de ver a passagem dessas pessoas, gosto de olhar nos olhos delas e ver o momento em que o brilho se apaga. As pessoas não sabem disso, elas não sabem muitas coisas.

— Acho que podemos lidar com isso de forma discreta — Ele fala novamente.

— Lembra de quando você me viu afogar um sapo pela primeira vez? — Pergunto, agora olhando para ele com um pequeno sorriso nos lábios.

𝐕𝐨𝐭𝐨 𝐏𝐞𝐫𝐩𝐞𝐭𝐮𝐨:𝐆𝐮𝐞𝐫𝐫𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐒𝐚𝐧𝐠𝐮𝐞 (𝐕𝐨𝐥.𝟎𝟐)Onde histórias criam vida. Descubra agora