☆ 8. Recaída ☆

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Eʟɪᴢᴀʙᴇᴛʜ's ᴘᴏᴠ 🧫

Algumas horas depois...

Me reviro na cama umas 10 vezes até eu finalmente levantar.

Depois de toda a confusão do atropelamento e mais algumas risadas extras de César, Joui, Arthur e Dante (que riram por ligação mesmo) nós fomos liberado e voltamos para casa.

Assim que pisei em casa senti como se um caminhão tivesse me atropelado.

Como já estava de noite, eu apenas preparei uma refeição simples, comi com o Thiago e fomos dormir.

Quer dizer, eu fui dormir. Ele eu já não sei.

Porém, no momento em que eu deitei na cama, meus olhos não pregaram nenhuma vez. O sono e o cansaço foram simplesmente embora. E apenas a culpa havia tomado conta de mim.

Mesmo que ele tenha tomado essa decisão por conta própria é impossível eu não me sentir culpada sabendo que ele foi atropelado por minha causa.

Me enrolo um pouco mais na coberta até que ela cubra meu corpo por inteiro e eu me permito chorar o tanto que eu não pude chorar nesses últimos dias.

Não sinto minha frequência cardíaca aumentando. Afinal, não estou ansiosa nem nada do tipo. Apenas estou colocando todas as minhas lágrimas presas para fora.

Me sinto mais leve por conta disso mas ainda sinto que falta algo...

Ai não... Denovo não.

Mais um sentimento comum antigamente voltou para mim como uma bomba, a saudade do álcool.

Fui viciada em álcool por muitos anos. Inclusive, os médicos até desconfiam que esse foi um dos motivos para a minha doença cardíaca. Porém, com o estágio terminal eu tive que cortar completamente o consumo de álcool.

Essas crises de abstinência eram comuns no começo, já que o álcool era a minha maior companhia especialmente na depressão. Quando eu não queria preocupar ninguém.

Mas esse sentimento foi se dissipando aos poucos por conta das preocupações do estágio terminal. Eu gostaria de viver e lembrar de todos os momentos, algo que a bebida não me permitia.

E depois de tudo, eu demorei para sentir isso por causa de todo o estresse envolvendo meu relacionamento com o Thiago.

Eu amo ele e sei que ele me ama também. Mas ter qualquer tipo de relação parece muito distante nesse momento.

Não sei, parece que uma força sobrenatural me impede de ficar com ele. Já que todas as vezes que tentamos algo, deu completamente errado.

O beijo no casamento, o quase beijo na sexta-feira, a noite no sábado... Nada acabou bem.

Nada nunca esteve ao nosso favor. E quando esteve nós perdemos tempo enrolando para dizer o que sentíamos.

A culpa me afunda cada vez mais como um tanque prestes a ser enchido e me afogar completamente.

Então, ao invés de me afogar na culpa, prefiro me afogar no álcool.

Sei que não é saudável. Sei que isso pode me trazer diversos problemas futuramente, mas também sinto que é a única solução no momento.

Levanto da cama e vou diretamente até a sala.

Mesmo com seu pai sendo rico, Thiago se recusa a pedir dinheiro para ele, então ao invés de morar em uma mansão Thiago mora em um apartamento relativamente pequeno.

Demoro menos de dois minutos para chegar até a cozinha e pego um João Daniel. Ouço o barulho da chuva lá fora e decido ir beber na varanda.

Enquanto caminho até lá, sinto um cheiro estranho e vejo um pouco de fumaça no ar. Penso que é o vento até chegar na varanda e ver Thiago fumando.

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⏰ Última atualização: 6 days ago ⏰

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