Talvez um pouco bêbado.

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Christopher e Kim estavam no mesmo recinto há 10 minutos, mas nenhum dos dois abria a boca para dizer nada. O garoto porque estava perdido nos pensamentos desde que Minho saíra da sala, e a mulher porque não sabia o que dizer ou como puxar assunto, mas era necessário um diálogo.

- Chris...? - Não sabia o que pensar, eram amigos de infância, conheciam-se muito bem. A garota tinha noção que ele não queria esconder nada dela, mas estava ciente do quão orgulhoso era para admitir certas situações.

- Hm? - Ainda divagando em pensamentos perdidos, o rapaz a olhara, mas o peso de sua visão quase não existia, tamanha bolha de negatividade presente naquele momento.

- Não vou nem entrar  mérito do assunto de você esconder as coisas de mim, pelo menos nesse momento, mas por que não impediu o Lee pensar aquelas coisas? Você tem realmente vergonha dele? - E agora, como um estalo, Bang arregalara os olhos, como Soo poderia pensar aquilo? Como Minho poderia pensar aquilo? Como ele deixou as coisas chegarem nesse ponto?????

- Mas é claro que não tenho vergonha dele! - Respondera quase de imediato. - Tenho vergonha é de mim, ok? - Era visível a carga em suas palavras, tanto que, a mais velha poucos meses, perdera até sua linha de raciocínio. - Ele é incrível, me trata como ninguém, realmente, é o único que me toca como eu gosto, que cuida de mim além disso, do ato carnal, era mais do que sexo, sabe? Ele se preocupa comigo, Minho é o garoto perfeito para qualquer um no quesito amoroso. - Seus dizeres soavam sinceros, havia um claro sentimento ali.

- Então, por que agir assim? - Apesar de anos de amizade, a Kim nunca fora capaz de entender esse lado do amigo. Ele era incrível, mas estava sempre se diminuindo.

- Porque ele é perfeito. Bom em tudo, super incrível. Não é que eu tenha inveja dele, nem quero me achar melhor, eu só sempre tive vergonha de admitir quando não sei algo, de pedir ajuda. Você sabe tudo que enfrentei para chegar onde estou, o quanto que escutei de que eu iria fracassar. Meu ego sempre foi ferido e minha gana de dar a volta por cima, acabou sucumbindo. Eu tento desapegar desse péssimo hábito, mas não consigo. Sempre é mais intenso que eu. Preciso de ajuda, Soo. - Admitir tudo aquilo estava sendo como livrar suas costas e ombros de algum peso imenso.

- Amigo, pelo seu bem, coloque suas ideias em ordem, e seja sincero com o Minho. Dá para ver o que você sente por ele, e mesmo que não venha a ser recíproco, ou que ele te odeie, apenas diga a verdade. Franqueza, lealdade, são coisas que devem andar juntas. - Aconselhou Soo Young, olhando Chan, que anuíra com a cabeça.

Chris decidira que não era hora de ir atrás de Minho ainda. Fora difícil se adaptar a trabalhar sem ele, já que o mesmo realmente não voltara. Sentia falta dos beijinhos que trocavam, das carícias, das palavras fofas, da ajuda que davam um ao outro. Poderia até dizer que não estava achando tanta graça em chegar no horário todos os dias.

O restante do mês passara se arrastando, Chan não via a hora de apenas ter seu final de semana para descansar, extravasar ou o que mais quisesse fazer. E nesse momento, alguns amigos o chamavam para beber em algum bar, mas ele não queria ir, ao menos, não com eles. Até se arrumou, e foi em direção a um bar qualquer da cidade, mas sozinho. Bebia como se a cada shot um sentimento era expressado. Tinha resistência para bebida, mas estava tão sem controle, que já se encontrava alterado, começou a beber as 23:14, e agora, depois de sabe-se lá quantas doses, marcando 01:38, o garoto chamava um carro para que pudesse levá-lo, o problema era que por estar no bar onde ia com o Lee, acabara por colocar o endereço da casa dele.

E só percebera quando chegara na portaria, o vigia da noite liberava sua entrada. E antes que fique estranho, os homens que trabalhavam no prédio de Minho estavam tão acostumados com Chris, que uma vez o coreano pediu para sempre autorizar a entrada dele. E dessa vez não fora diferente. Sem dizer muita coisa, o australiano subia o elevador, pensava em dormir até mesmo na escada, mas quando dava conta de suas ações, já estava na porta do amado, tocando a campainha, e já imaginava nem ser atendido, mas em pouco menos de um minuto, uma figura abrira a porta. Uma garota com fios louros, e que usava uma camiseta bem maior que ela, uma camisa do Lee.

O estagiário e o chefe. - MinChanOnde histórias criam vida. Descubra agora